Se você navega em alguma rede social, recentemente, dificilmente ficou à margem da viralização do vídeo do “destruidor” Chico de Bauru, São Paulo.
Um cachorro de 08 meses, muito ativo, porque não dizer hiperativo, que no auge de sua energia, literalmente traçou o colchão de dormir da sua dona, deixando fragmentos do mesmo espalhado em todo o quarto, deixando-a desolada.
Além do colchão, Chico destruiu cobertores, almofadas e até mesmo o controle remoto da televisão. Frente ao cenário impactante, a tutora de Chico, Patrícia Barros, resolveu registrar o ambiente na tentativa de realmente convencer-se da ocorrência.
Logo, Chico tornou-se um dos assuntos mais comentados no País, com direito a memes, reportagens e comentários em todas as redes sociais.
A Sono Quality, empresa especializada em colchões elaborados por médicos e especialistas acoplados à alta tecnologia, não só ficou sensibilizada com o viral, mas agiu de forma muito oportuna e rápida para criar uma conexão exemplar com o fato.
Presenteou a dona de Chico, com um colchão da sua marca e não deixou o Chico de fora, ele também ganhou um colchão para chamar só de seu!
Essa ação gerou inúmeros compartilhamentos e curtidas da página da empresa nas redes sociais. Os comentários, típicos de polarização, entre lovers e haters, sucumbiu muito mais os elogios à atitude da empresa, o que demostrou não só a comoção institucional, mas sobretudo o pensar estrategicamente e não deixar passar em branco oportunidades para criar ou sedimentar uma imagem.
E é exatamente isso que na contemporaneidade faz toda a diferença…entre tanto bla-blá, postagens meramente comerciais, muitas ocas, sem emoção, a empresa conseguiu se conectar ao assunto do momento, no qual um dos personagens participantes estava diretamente ligado ao seu negócio e por isso mesmo buscou agir, demonstrando que está antenada com o dia a dia, que pensa rápido e tem posicionamento.
Isso tudo é transferido para a marca, que conecta-se de forma mais autêntica e empoderada às mentes e corações dos consumidores, prospects, formadores de opinião, enfim, a sociedade como um todo.
A empresa, é lógico, pertence ao primeiro setor, tem interesses comerciais e sagazmente monetizou sua doação e criou posts específicos para celebrar e comprovar sua atitude.
A foto abaixo, retirada de um post da Sony Quality, em apenas dois dias, conseguiu 30.000 compartilhamentos, fato histórico para a empresa, que jamais teve tanta visibilidade coletiva assim.
“Não. Não acredito nisso. ???????? O Chico ganhou um Colchão Sono Quality só para ele ????????. Isso é bom demais para ser verdade.
Agora ele e a mamãe vão repousar cuidando da saúde. ????”
A família de Chico, ou melhor da Patrícia Barros, também ganhou uma consultoria da terapeuta canina Kathi Drisner no intuito de oferecer suporte sobre como lidar com o excesso de energia do vira-lata, já que “Artes” como a de Chico são comuns em animais que ficam ansiosos quando estão sozinhos.
Muito se fala no ambiente virtual, mas é preciso, cada vez mais, realmente, estar alinhado com o hodierno real. Em tempos de concorrência acirrada, essa escala torna-se o sonho e meta das corporações que há muito já compreenderam que a estratégia em voga, hoje, é humanizar-se perante a sociedade, fomentando um pacto de aproximação e identificação, incitando experiências que revelem sentimentos, muitas das vezes adormecidos pelo contraste com o dia a dia frenético e compulsivo da sociedade moderna.
As empresas representam os eixos fundamentais de toda a engrenagem de uma sociedade de consumo, porém não podem viver somente de seus lucros e dividendos. Seus acionistas e proprietários são devedores e credores, não só em oferecer empregos diretos e indiretos, honrar seus deveres tributários, ofertar produtos e serviços de excelência, mas também de investir na evolução da qualidade de vida e bem estar de toda a sociedade, já que é integrante da mesma, e não um agente alienado.
Mas porque não vemos tantos comportamentos empresariais assim?
Provavelmente não perceberam a importância e a diferença entre divulgar e relacionar-se. Para isso, ter uma equipe de Comunicação, se possível integrada – RP, Jornalismo e PP – irá ser crucial. Mas não basta somente ter os melhores profissionais, repletos de conceitos e expertises técnicos, eles têm que ter sensibilidade, interesse genuíno no outro, ter a empatia em escala elevada para justamente gerar ações que estimulem as percepções positivas de uma marca.
Por mais ações como essas em nossas empresas, negócios, marcas, mentes e corações! É isso que queremos… Acordem marcas e empresas… enquanto uns ganham espaços no real e no virtual… outros se perdem… e provavelmente – em breve – deixarão de existir.
Ah… o Chico acabou sendo o protagonista de toda a história… mas o Luke, o outro cachorrinho da casa, um Lhasa Apso, que no vídeo não aparece pois estava escondido embaixo do colchão, segundo sua tutora, ainda não foi declarado totalmente inocente… há grandes chances do mesmo ter participado da farra, digo, ação destruidora, afinal, tudo que é compartilhado tende a ser melhor!!!
Assista ao vídeo do Chico:
Caso não consiga visualizar o vídeo clique aqui.
Por Andréa Nakane.