É hora de juntar os cacos e tentar tirar algum aprendizado de toda a situação. Aqui no Brasil, tivemos que lidar não só com a pandemia do Coronavírus, mas também com a pandemia da falta de estrutura hospitalar, de políticas bem aplicadas e de iniciativas governamentais, o que dificulta ainda mais nossa retomada.
Para muitos, a Covid-19 continuará presente, seja em um negócio frustrado ou – infinitamente pior – na perda de entes queridos.
Neste cenário, a pergunta que muitas agências de comunicação e marketing estão se fazendo é: Seremos mais digitais daqui em diante? Vale a pena reinvestir esforços em negócios on-line e deixar de lado as soluções off-line por enquanto, ou, por quanto tempo?
Aqueles que não acreditavam no mundo digital – embora vivessem nele praticamente 24 horas por dia – foram forçados a acreditar no poder da comunicação à distância.
As videoconferências e reuniões com filhos demandando atenção fizeram muitos gestores entenderem que o profissionalismo e a capacidade de entregas seguem as mesmas. A produtividade não caiu, pelo contrário.
Curiosamente, a quarentena trouxe para nosso mercado mais proximidade. Criamos mais vínculos e passamos a ter um pouco mais de empatia. Em tempos “normais”, éramos engolidos pela rotina maçante e incansável de São Paulo e das grandes Capitais, sem olhar para o lado e entender quais são os desafios reais da comunicação e de quem está conosco – tentando se comunicar.
Os últimos meses bradaram em voz alta e da sacada que nossos negócios são feitos de pessoas. Enquanto você continuar olhando para seus diferenciais (que no fim do dia são iguais aos demais) e não para “o que as pessoas buscam”, estará fadado a uma quarentena pós-quarentena.
E, dessa forma, tivemos – de forma generalizada – um impacto na economia. Especialistas especulam que a economia global sofra uma perda de US$ 26,8 trilhões em meio à pandemia. Por enquanto, todo mundo está lidando ou tentando descobrir uma maneira de lidar com a crise e os profissionais de marketing não são uma exceção.
Na batalha das empresas contra a Covid-19, espera-se que o marketing digital desempenhe um papel exemplar em direção à vitória.
Mas como educar um mercado que trata a comunicação como “o que sobra”? Insistentemente, esse ano, ouvi muito esse termo – mas ele nos acompanha há décadas. Também não é raro ouvir frases como: “Faltou verba? Corte as ações de RP.” “Sobrou alguma coisa? Contrate o pessoal de marketing”.
A falta de disciplina e conhecimento das empresas brasileiras a respeito do real significado do marketing e dos resultados que a comunicação estratégica podem trazer refletem a falta de bom senso do mercado e de nossos governantes de forma geral. Tratar como “temporárias” estratégias de comunicação – que são as vitrines de qualquer negócio consciente – é a pior falha que um empreendedor ou líder pode ter.
Com os eventos de marketing off-line e ao vivo cancelados, empresas de todos os portes são obrigadas a digitalizar e explorar esse “novo (velho) mundo”. A Covid-19 trouxe aos profissionais de marketing a oportunidade de ampliar – pelo menos um pouco – suas visões, otimizar, brilhar, repensar sua estratégia e redefinir seus objetivos para construir o futuro.
À medida em que o investimento global com anúncios diminui, alguns canais parecem mais promissores, e é aí que nosso foco precisa estar. As empresas afetadas pela crise devem procurar alternativas e precisam investir mais em aparecer para seu público de maneira orgânica, utilizando as ferramentas de SEO, mídias sociais e estratégias eficientes de e-mail.
Oportunidade para agências de comunicação
O marketing digital se tornou mais importante do que nunca. Aqueles que não perceberem a necessidade de virar a chave da “sobra” e não priorizarem estratégias bem planejadas e executadas no mundo virtual, assistirão aos seus negócios ruírem.
À medida em que o mundo se torna cada vez mais digital, pequenas empresas já percebem retornos inferiores de seus investimentos em marketing tradicional, passando a focar os esforços em métodos mais inovadores e capazes de potencializar esses resultados.
Observar diariamente as tendências, aceitar sazonalidades e apoiar os clientes trazendo novas demandas de mercado é mandatório em agências de comunicação – digitais ou não – a partir deste ano.
Se seremos mais digitais daqui em diante? Tudo depende do dinheiro… “follow the money”, dizem os mais espertos, e essa frase cabe em qualquer situação. Por enquanto é aqui, entre “www” e likes que se escondem as oportunidades que você pode ter perdido por negligenciar sua posição nessa tal de internet… Mas dá para retomar, acredite!