O tempo gasto pelo motorista dentro do carro, no trânsito, pode representar uma oportunidade de negócio. É nisso que estão de olho montadoras e empresas de tecnologia, interessadas em explorar o potencial para publicidade e distribuição de conteúdo. A ideia de transformar um carro na extensão da casa e do escritório, até hoje pouco mais do que um slogan, pode se tornar uma realidade com novas ferramentas de conectividade.
A Ford, por exemplo, acaba de apresentar o novo MyFord Touch. Ele substitui o console do carro por uma tela. Assim, todas as funções do painel de instrumentos são reunidas no sistema. A tecnologia é uma evolução do Sistema Sync, já encontrado em diversos veículos da empresa e disponível no Ford Edge, vendido no Brasil.
Esse tipo de recurso agrega navegação GPS, Twitter, telefone celular, internet sem fio, rádio, tocadores de CD e DVDs, comando de voz, telas que obedecem ao toque, notebook, iPhone, iPod, controle do ar-condicionado, entre outras funções.
De acordo com o vice-diretor do comitê de veículos de passeio da SAE Brasil (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade), Jomar Napoleão, a evolução da conectividade será o painel multifuncional, em que o motorista poderá escolher o que vai aparecer na tela. “Do mesmo jeito que no iPhone você muda de tela, a pessoa poderá escolher o tipo de painel que quer, se vai aparecer o velocímetro, o termômetro, a autonomia etc.”, diz o especialista.
Outra tecnologia que chegará aos carros em pouco tempo será o monitoramento da parte mecânica do carro via internet. Essa tecnologia já existe nos carros de Fórmula 1. “Sensores no motor do carro podem enviar sinais para os revendedores, que assim fazem o monitoramento do motor e possíveis ajustes à distância”, explica Napoleão.
Segundo ele, a evolução das tecnologias nos carros acompanha as inovações na eletrônica. “A tecnologia que temos hoje com LED e LCD é tão evoluída, por exemplo, que esses sistemas acabam ficando simples para ser utilizados nos carros”, afirma.
O engenheiro acredita que dentro de dois e três anos a conectividade deve se popularizar entre os carros de entrada. “A tendência sempre é começar nos carros mais caros e, com o tempo, incorporar nos modelos mais baratos”, ressalta Napoleão.
Fonte: G/1.