Para alcançar o número mínimo de 34 mil quartos exigidos pelo comitê organizador dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, alguns empresários – donos de motéis – decidiram reformar suas suítes e investir em um design moderno. A mudança seria para aumentar a oferta de quartos de hotel na cidade, que tem aproximadamente 25 mil unidades, sendo dez mil a menos que o necessário.
As reformas não foram motivadas apenas pela Olimpíada, como explica Antônio Cerqueira, vice-diretor do Sindhrio (Sindicato de Bares, Hotéis e Restaurantes do Rio de Janeiro) e dono dos motéis Sinless e Shalimar, localizados em São Conrado.
“Foi uma necessidade oriunda do crescimento da demanda hoteleira e também para oferecer opções fora da orla marítima, como, por exemplo, nas zonas norte e oeste. Além disso, os motéis têm diárias mais baratas e oferecem serviços diferenciados”, explica.
De acordo com o Sindhrio, O Rio tem cerca 180 motéis e hotéis de alta rotatividade e aproximadamente 40 motéis já estão mudando a decoração para funcionar permanentemente como hotel. Por exemplo, o Shalimar inaugurou uma suíte com 120 m² e capacidade para receber até 15 pessoas.
“Ela está preparada para abrigar uma família, grupos de amigos, empresários etc. Atualmente, já realizamos reservas para empresas”, explica a decoradora Fabíola Goulart.
O Serramar, na Barra da Tijuca, também se tornou hotel e já redecorou um terço de seus quartos, além de ter construído uma recepção e contratado funcionários para atender aos clientes.
Antônio Cerqueira, estima que sejam gastos mais de R$ 2 milhões para reformar um empreendimento de 60 quartos. Ele ressalta que a maioria dos motéis não deixará de ser motel, apenas ampliara o atendimento e as suítes vão contar com um requinte especial na decoração.
A expectativa dos empresários é que as reformas possam gerar, até 2014, mais de sete mil quartos disponíveis em motéis para diversos públicos. Como ajuda para as obras, a prefeitura lançou, no final de 2010, um pacote de incentivos fiscais, que incluem a remissão de dívidas de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e isenção deste imposto durante as obras, além da redução do ISS (Imposto Sobre Serviços) e isenção do ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis).