Aproveitando o sucesso no País do Álbum de figurinhas oficial da Copa do Mundo Fifa Rússia 2018, que neste domingo estará encartado nas edições do Estadão vendidas em bancas de jornais na cidade de São Paulo e no interior do Estado, o Museu do Futebol vai promover um encontro de colecionadores de figurinhas, que ocorrerá nos dias 31 de março e 1º de abril.
Quem for, além de trocar cromos para completar sua coleção do álbum da Copa, poderá ver também detalhes de álbuns históricos que foram digitalizados pelo museu. “A ideia é colocar um totem com imagens de álbuns antigos, para que as pessoas possam ver. Quem quiser pode entrar no museu e folhear as réplicas que temos”, conta Ademir Takara, bibliotecário do Museu do Futebol.
A ideia surgiu a partir de outro encontro que o espaço promove em frente o estádio do Pacaembu. “A gente costuma fazer a cada três meses o encontro de colecionadores de camisas de futebol, mas em 2014 bombou muito a troca de figurinhas. Há seis meses, o pessoal do grupo Figurináticos começou a se encontrar aqui na porta para trocar figurinhas. Então tivemos a ideia de reunir tudo isso”, diz Takara.
O evento será o primeiro teste neste formato que o museu está pensando. As figurinhas de futebol mexem não apenas com crianças, mas também adultos. Por isso a ideia de divulgar a coleção histórica. Por causa da raridade, os álbuns estão lá no acervo apenas como impressão, como se fossem revista.
“A gente tem as Balas Futebol, que começaram no ano de 1919, e a lenda que contam é que a bala era ruim, mas que muita gente comprava por causa das figurinhas. Para as crianças, era a única forma de ver as imagens dos jogadores, pois não tinha televisão na época, os jogos não tinham substituições, então muito atleta aparecia ali”, explica Takara.
As figurinhas traziam grandes jogadores do período, como Neco, do Corinthians, Heitor Domingues, do Palmeiras (que na época chamava Palestra Itália), e Arthur Friedenreich, do Paulistano. “As Balas Futebol começam a circular em São Paulo, depois migram para o Rio e chegaram também em Minas Gerais e Rio Grande do Sul”, conta.
O bibliotecário lembra que as primeiras figurinhas chegavam ao torcedor sem um álbum. “Só depois veio a ideia de completar o álbum e trocar por prêmios. Os primeiros modelos são raros e quando a gente encontra eles estão perfurados, pois eram marcados para mostrar que a pessoa tinha recebido o prêmio. Até que nos anos 1960 o Jânio Quadros proibiu.”
Trocas
O álbum da Copa e as figurinhas já estão à venda em todo Brasil. Para ajudar os fãs a completarem suas coleções, a Panini fará ações de ativação como espaços para troca de figurinhas em shoppings centers com interações para o público.
O colecionador poderá encontrar esses locais com diversas atividades nos shoppings Plaza Sul (São Paulo), Passeio das Águas (Goiânia), Parque D. Pedro (Campinas), Boulevard Londrina, Manauara (Manaus) e Park Shopping Brasília. Em maio, haverá ainda o Panini Day, no Rio e em São Paulo, para incentivar a troca de figurinhas entre as pessoas.
Curiosidades sobre álbuns de figurinhas no Brasil
*O primeiro álbum sobre Copa do Mundo lançado no Brasil foi em 1950, editado na coleção “Balas Futebol”.
*Antes desse período, a fábrica lançava figurinhas avulsas com rostos de jogadores nas “Balas Sportman”, cujo primeiro exemplar saiu em 1921.
*A primeira figurinha que se tem notícia no Brasil data de 1919, com o rosto de Amílcar Barbuy, um dos primeiros craques da história do Corinthians, publicado pela “Grechi Comp.”, fábrica de doces.
*Pelé aparece em figurinha pela primeira vez em 1957, em álbum das “Balas Futebol”
*O primeiro álbum oficial de Copa do Mundo, lançado pela Panini, foi em 1970. Desde então, a empresa italiana tem a exclusividade dos álbuns do evento.
*Já o primeiro álbum oficial da Copa do Mundo de futebol feminino ocorreu somente em 2011.
*As figurinhas autocolantes foram lançadas em 1971, no álbum da Panini sobre o campeonato italiano.
*Por dia, são impressas 25 milhões de pacotinhos de figurinhas pela Panini.