Que o carnaval no Brasil pode ser considerado o maior espetáculo de verão da terra, não há dúvidas. O que muita gente não sabe é que a folia acontece com a mesma empolgação em vários países do mundo. Com temperaturas bem abaixo daquelas enfrentadas pelos foliões verde-amarelos (muitas vezes abaixo de zero!), fevereiro é época de máscaras e carros alegóricos com muita diversão em vários cantos do planeta.
Na Alemanha, por exemplo, que tem a imagem de um país organizado, diligente, confiável, politicamente correto e pronto a ajudar, não é diferente. Há também um ponto pelo qual os alemães são reconhecidos, com o qual discordam: a falta de senso de humor. E o carnaval é o momento mais propício para mostrar que até em humor o país é muito rico!
Cerca de 600 anos atrás, as pessoas iniciaram grandes celebrações populares que terminavam na Quarta-Feira de Cinzas, juntamente com o período de jejum. De forma a ter controle sobre tais festividades, as autoridades “organizaram” um evento que até hoje conhecemos como Carnaval.
É claro que a medida que os anos passam esta festa foi se tornando mais e mais popular e, assim como ela, o hábito de usar roupas que não são usadas no cotidiano.
Na cidade de Mainz, em 1843, máscaras começaram a ser usadas para que as pessoas pudessem se esconder durante o “Carnaval Político” e se divertir em paz. Com o tempo, figuras políticas começaram a ser incluídas nas folias e seus carros alegóricos. A festa, então, tem um viés divertido, mas carrega consigo um conteúdo bastante político na folia… Este ano o ponto alto do carnaval alemão foi a figura do presidente Christian Wulff “nocauteado” em um ringue de boxe…
Um outro carro alegórico apresentou três garotos brincando com estilihgues, vestidos com roupas que continham escritas as palavaras “Fitch”, “Moody’s” e “Standard & Poor’s”, arremessando pedrinhas contra um enorme símbolo do euro, representando o momento europeu e a crise econômica.
Outra figura de papel-machê mostra a imagem de uma mulher representando a chanceler alemã Angela Merkel distribuindo “pacotes de ajuda”, simbolizados por guarda-chuvas, entregues a gregos, portugueses e espanhóis vestidos a rigor.
Tudo isso mostra que Carnaval na Alemanha é levado muito a sério. Para o povo, participar dos desfiles é quase uma obrigação cívica. Os espectadores buscam o seu espaço (muitas vezes o mesmo durante anos) para ver os carros alegóricos passarem. Mas há aqui uma semelhança com o Brasil, como era de se esperar da terra da cerveja: o álcool proporciona o conforto necessário para estar na rua, sem sol, até a quarta de cinzas chegar.
Fonte: Reuters