Faço parte de uma geração que começou a sua carreira profissional junto com as redes sociais. Lembro que estava terminando a faculdade quando surgiu a febre Orkut, que ninguém sabia ao certo explicar o que era, mas todos queriam fazer parte. Para isso pediam convites de amigos (sim, só fazia parte da rede quem recebia convites de integrantes), gurus tentavam prever onde tudo aquilo iria chegar, e as pessoas começavam a ter seus 15 minutos de fama ao alcance de seu teclado – era uma fama democrática, que servia para todos.
Hoje, com o mercado consolidado, os números impressionam. Dos mais de 70 milhões de brasileiros com acesso à internet (fev/ 2010), 79% participam de redes sociais e investem nelas mais de 6h20 ao mês. Números assim tão grandes coloca o Brasil como líder em uso de redes sociais. Sim, não somos somente o País do futebol e do Carnaval, mas também o das redes sociais.
Me considero um dos grandes entusiastas das redes sociais, e por isso me dedico a estar sempre perto delas, estudando ou atuando com grande frequência – profissionalmente ou não. E com esta relação comecei a perceber o quanto as empresas ainda pecam na forma como utilizam seus espaços na rede. Isso ocorre por ainda não terem percebido que existe uma linha extremamente tênue para os usuários das redes quanto ao que é real ou virtual. Muitas vezes estas barreira nem mesmo existe.
Quando um consumidor utiliza uma das redes sociais existentes para criticar o produto ou o serviço de uma empresa, o alvo de sua reclamação é algo real. Assim, a solução deste problema não pode ser apenas virtual. Muitas empresas ainda não entenderam esta lição tão simples, e continuam tentando solucionar os problemas de seus clientes de forma virtual. Vamos a um exemplo prático: quando reclamo na rede de um serviço mal prestado não estou em busca de desculpas virtuais, mas correção no serviço real/físico – o mesmo vale para produtos.
Estar bonito nas redes significa, em 100% dos casos, estar bonito também no mundo real, no cotidiano do consumidor.