Experiência de Marca

Não, você não precisa não!

Quem trabalha com comunicação sempre foi orientado a não fazer nenhum texto de chamada, claim, slogan, título de anúncio, post ou qualquer coisa equivalente que começasse com a palavra não.

Quem trabalha com comunicação sempre foi orientado a não fazer nenhum texto de chamada, claim, slogan, título de anúncio, post ou qualquer coisa equivalente que começasse com a palavra não.

dil mota artigo

Uns mais exigentes nem se quer usavam esta palavra em uma frase que fosse assim tão importante para se comunicar.

Exagero? Não, pura percepção! O nosso cérebro não entende a palavra não e a neurociência comprova isso de maneira definitiva. Afinal se eu falasse para você não pensar em um elefante cor de rosa, o que aconteceria? Você já teria pensado, né?!

O título desta coluna brinca com este conceito, e ainda coloca 3 “nãos”, cada um com um efeito diferente, mas se você quer que o comando seja aceito pelo seu cérebro, basta colocá-lo no final, isso tem mais resultados. E tudo ficaria aqui na discussão do quanto nosso cérebro aceita um “não”, se a provocação de hoje não fosse um pouco mais profunda: o fato de que a gente acha, acredita, pensa e se deixa levar pela onda de que “precisamos ser” tudo aquilo que todo mundo é ou quer que a gente seja. Muitas vezes relegando a um segundo plano o que realmente nós somos ou queremos ser.

Você aí que se sente pressionado a ser isso ou aquilo, a se comportar desta ou daquela maneira, fingindo ser aquilo que todos são ou simplesmente se esforçando de uma maneira heróica a aceitar o fato de que “precisa ser” empreendedor, criativo, coach, palestrante, vendedor, bem-sucedido, administrador, bom investidor, objetivo, romântico, sensível, esperto, estudioso, atualizado, moderno, safo, líder, ambicioso, malandro, esperto, político, enfim… tudo o que as pessoas esperam que você seja…

Na boa? Você não precisa ser nada disso não! Você “não tem que”… nada também!

Simplesmente porque você não precisa ser nada que não seja sua vontade, seu desejo, seu sonho ou simplesmente que esteja relacionado com o seu conjunto de crenças, pensamentos e sentimentos (muitas deles limitantes) que você possui.

Sim, porque somos o resultado de muitos alguéns. A começar de nossa família e onde podemos encontrar dentro da gente um pouco de nossos pais, avós, e, às vezes até de tios ou antepassados mais distantes.

Junte-se a isso o fato de termos ainda pitadas de nossos mestres, professores, líderes, chefes e toda e qualquer tipo de pessoa que em algum momento na nossa vida foi suficientemente importante para imprimir a sua personalidade na nossa.

Daí que quando a gente se sente no momento “eu preciso ser”, a gente tem que questionar o quanto isso é nosso ou de alguém? O quanto isso é uma manifestação verdadeira da nossa vontade ou apenas uma forma de compensar o que outras pessoas que passaram por nossa vida não conseguiram e a gente tá ali tentando honrar e fazer justiça? E para que você fique tranquilo, a gente pode resolver isso e eliminar todos estes ruídos e interferências.

Precisamos é assumir o direito universal de decidir se queremos, aceitamos ou escolhemos algo em, por e para nós. Ainda que seja momentaneamente.

E para aquele monte de questões, crenças e o mindset que já vieram instalados no nosso sistema ou foram sistematicamente ativados através de downloads que nem percebíamos estar fazendo, existem uma série de técnicas que podem nos ajudar a sair deles, podendo nos trazer a liberdade de nos sentirmos livres de “ter que…” ou “de precisarmos ser…”.

Afinal, a gente não precisa ser mais do que a gente é mesmo. E isso também não é um tratado de conformismo ou o “Dia do Fico” da nossa zona de conforto, é simplesmente entender que todo mundo é o que é, apesar de muitas correntes, cursos, palestras, workshops, influencers, guias e gurus tentarem de todo o jeito clusterizar todo mundo, criando e fomentando grupos de pessoas iguais, sem diferenciação e tendendo claramente à nos aceitarmos como parte de um commodity de gente. E que vantagem levamos com isso?

Quantas e quantas pessoas não vivem hoje o peso da sua própria auto crítica, do desânimo, da depressão, do stress, da síndrome de burn out e de tantos outros males, porque não conseguem se aceitar do jeito que são? Ou ficam se comparando com os pseudos sucessos e vidas incríveis que as pessoas dizem que tem, se aceitando incapaz de ter o mesmo?

Vivemos o universo gigantesco da diversidade, e aqui não falo apenas da faceta mais direta relacionada ao gênero, mas de tudo que é relacionado a ser diverso como a cor, a raça, o tipo de corpo, a origem, o estado civil, a posição social, a religião (ou a falta dela), a vertente política, a profissão, onde mora, o que faz, como pensa, o que come, onde vai, o que vê, que música curte, enfim… Tudo o que faz com que as pessoas – por incrível que pareça – possam ser o que são e do jeito delas.

Então, quer se sentir mais livre e desobrigado de um monte de coisas?

Então diga em alto e bom som algumas frases poderosas para você e seu cérebro entenderem (sim, às vezes parecem dois seres diferentes) que você definitivamente não precisa de um monte de coisas, você pode escolher e decidir o que quer. E aqui eu vou exemplificar algumas delas para você conseguir reprogramar sua mente e fazer novos “downloads” que vão deixá-lo mais você mesmo, mais dentro de sua própria caixa e feliz por não ter que viver a vida dos outros ou aquela que alguém em algum lugar definiu que deveria ser a sua também.

Traga para todos estes pontos citados e outros tantos, o poder da sua escolha, decisão e de aceitação. Decida e comande seu cérebro para ser aquilo que faz sentido ser:

  • Eu escolho ser criativo.
  • Eu decido ser empreendedor.
  • Eu aceito o sucesso na minha vida.

E quanto ao resto que você não quer, abra mão de programas impostos ou que você não considera que façam parte do seu sistema e diga simplesmente “não”:

  • Eu decido ser desonesto NÃO!

Ok, se você chegou até o final deste texto e espero que tenha chegado, deve estar se perguntando se isso faz sentido ou dá certo, né?!

E para ser coerente com este texto: “precisar fazer, você não precisa…”, mas a gente aceita sem pestanejar tantas coisas na nossa vida, não custa nada fazer algo de bom pra nós, não acha?

Pelo menos desta vez você tem escolha e como é bom ter o prazer de saber que “você não tem que nada…”, você pode e deve fazer apenas o que é melhor para a sua vida e espero sinceramente que esta provocação desperte uma das formas disso. Ou não!

 

Por Dil Mota.