Em meio aos protestos que ganharam as ruas de várias cidades dos Estados Unidos por causa da morte de George Floyd, em uma ação policial em Minneapolis, a Nike lançou um manifesto incentivando que “Todos façam parte da mudança”.
A iniciativa ganhou apoio da concorrente Adidas. A Nike transformou seu slogan “Just Do It”, (“Faça”, em tradução livre) em “Don’t Do It” (“Não faça”) para discutir o racismo.
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No comercial, publicado nas redes sociais da marca, a empresa chega a incentivar que as pessoas participem dos protestos.
George Floyd, um homem negro, foi sufocado por um policial que ajoelhou sobre seu pescoço por pelo menos sete minutos, enquanto ele estava algemado e deitado de bruços na estrada.
O caso vem causando uma série de protestos nos Estados Unidos, além de comoção que cruzou as fronteiras norte-americanas. A Nike fez um vídeo para tomar um lado e incentivar que outras pessoas façam o mesmo.
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“Não faça isso. Não finja que não há um problema na América. Não vire as costas ao racismo. Não aceite que vidas inocentes sejam tiradas de nós. Não dê mais desculpas. Não ache que isso não te afeta. Não fique em silêncio. Não ache que você não pode fazer parte da mudança. Vamos fazer parte da mudança.”, diz o manifesto.
“Juntos é que vamos para frente. Juntos é como fazemos mudanças”, escreveu a conta da Adidas no Twitter sobre o vídeo.
“A Nike tem uma longa história de posição contra intolerância, ódio e desigualdade em todas as formas.”, disse uma porta-voz da Nike, em comunicado.
“Esperamos que, ao compartilhar este filme, possamos servir de catalisador para inspirar ações contra uma questão profunda em nossa sociedade e incentivar as pessoas a ajudar a moldar um futuro melhor.”
O manifesto foi criado pela agência Wieden+Kennedy, de Portland (EUA).
Caso Kaepernick
Esta não é a primeira vez que a Nike se posiciona sobre questões sociais. Em 2018, a marca criou uma grande polêmica ao escolher o jogador de futebol americano Colin Kaepernick para ser uma das estrelas da campanha de 30° aniversário do slogan “Just Do It”.
Em 2016, Kaepernick começou a se ajoelhar durante a execução do hino dos Estados Unidos, antes das partidas de futebol americano, em protesto contra o racismo, a brutalidade policial e a injustiça social.
Seu exemplo foi seguido por alguns jogadores, que se ajoelhavam, ficavam de braços dados ou erguiam os punhos cerrados durante a execução do hino.
O presidente Donald Trump fez da iniciativa uma luta política, ao postar diversas mensagens no Twitter criticando os jogadores e declarando que eles deveriam ser demitidos.
Kaepernick possuía contrato com a Nike desde 2011, mas não aparecia em uma campanha da marca desde 2016, desde que parou de ser contratado pelos times da Liga de futebol norte-americano.
Para o jogador, ele fez parte de “Uma conspiração para mantê-lo fora da Liga”. Depois disso, a marca sofreu com o boicote de alguns consumidores.
Após a hashtag #NikeBoycott ganhar destaque nas redes sociais, as ações da empresa chegaram a cair 4%. O valor de mercado da companhia despencou na ocasião, em uma perda de aproximadamente US$ 3,75 bilhões.
A marca ainda foi atacada duas vezes por Trump. Primeiro, o presidente escreveu no Twitter que a mensagem que eles estavam passando era “terrível”.
Trump ainda comemorou a queda das ações da marca na Bolsa: “A Nike está sendo absolutamente morta com raiva e boicotes. Gostaria de saber se eles tinham alguma ideia de que seria assim”, escreveu.