Experiência de Marca

Normal, novo? Novo normal?

De repente, alguém lança uma expressão no ar.


O mundo e suas expressões.

Muito curioso.

De repente, alguém lança uma expressão no ar.

Cola.

 A partir daí, se você não souber usar estas palavras em uma reunião, eu diria que você está ferrado.

Meu conselho: prepare-se.

Formule algo, antes de mais nada.

Decore e repita, naquelas reuniões bacanas que existem, agora on-line.

“Para que nossa empresa possa gerar leads por meio de inbound do funil de marketing, é necessário estabelecer uma ação de relationship usando o nosso CRM como ponto de partida. Desta forma vamos conseguir um buzz product, que fará com que nossos prospects sejam expostos aos principais KPIs, resultando um ROI positivo ao final desta ação de branding.“

Nossa, esqueci de falar que era híbrido!!!

Um exemplo recente: Todos os projetos relativos aos Jogos Rio 2016, traziam em si os LEGACIES a serem deixados. Alguém se lembra de algum?

Depois de constante evolução, agora está em voga o conceito de marketing sensorial? Logo imaginei que estávamos falando de algo esotérico, que proporcionasse sensações sensacionais e não resisti a criar um trava-língua; pelo menos é uma sensação.

Mas, em tempos de Covid-19, todos falam e escrevem verdadeiras teses sobre o que é ou será o novo normal.

Estou me divertindo muito.

Entretanto, vamos falar, primeiro, do normal velho.

Cada um tinha sua rotina: acordar, banho, vestir, tomar café, dirigir, espiar o jornal, reunião, reunião, almoço, trabalhar, trabalhar, reunião, dirigir, voltar para casa, ver televisão, jantar, ler, dormir. Estas atividades eram basicamente o que fazíamos.

Resultado: reclamávamos de acordar cedo, ter horários apertados, muitas reuniões, trânsito terrível, muito trabalho, não almoçar muitas vezes, pressão, estresse, chegar em casa cansado, sentar à frente da TV e dormir, pois, no dia seguinte, tudo seria igual.

De repente deu pane nesta rotina.

Fomos submetidos a uma quarentena que já tem mais de 100 dias e que não temos a menor ideia de quanto tempo vai durar. 

Passamos a usar máscaras, lavar as mãos toda hora, luvas, não tocar em ninguém, ficar distante 2 metros das pessoas, chegar da rua, ficar pelado na porta, correr para o banheiro, tomar um banho, lavar a roupa, deixar o sapato na porta, e se você vier do supermercado, lavar tudo o que comprou.

Criou-se um estado de ser de isolamento social e praticamente uma lei: fique em casa.

Estava criado o novo normal (?)

E os grandes pensadores da rotina humana, começaram a pregar que, para melhor conviver com esta nova rotina e esta nova realidade, todos deveriam se adaptar rapidamente a este novo normal. E tudo seria muito melhor.

E seu dia ficou assim: acordar, banho, vestir, tomar café, dirigir-se a seu local de trabalho em casa, espiar o jornal, reunião via Zoom, reunião via Skype, fazer o almoço, call, call, trabalhar, assistir a uma live, reunião via cisco meeting, limpar a casa, dirigir-se de volta para os outros cômodos da casa, ver televisão, ler, dormir. Basicamente.

Perdemos o contato humano, que na melhor das hipóteses, foi substituído pelo seu cachorro, que não sai do seu lado, o dia inteiro, a não ser que queira ir à rua.

Pressão, prazos, estresse (principalmente), aumentaram.

E agora não tem mais para quem fazer as reclamações; a pessoa que mora contigo está submetida à mesma realidade. Se quiser um café, vá à cozinha e faça. Pedir tudo por entrega e não dá nem pra fofocar em reunião, pois tem uma câmera na sua cara e o microfone aberto.

Para fofocas então, envie in box.

Que saudades daquelas reuniões enormes, pós-almoço, em que se apagavam as luzes para ver melhor os slides, e dava para tirar um cochilo. Hoje, nem pensar.

Agora, os postulantes do novo normal, ainda querem que você se arrume para trabalhar na mesa da sala, mantenha uma rotina e uma disciplina forte com horários, faça a barba todo dia, separe bem o que é trabalho e o que é tarefa doméstica, estabeleça horários para um e para outro. Cansei galera.

O tal do normal novo, é muito mais chato que o normal velho. Principalmente se nos submetermos às tais regras de rotina.

Tudo que gostaríamos de fazer, os consultores do apocalipse pregam que não é assim. Por exemplo: faz sentido se arrumar todo para sair do quarto e sentar na mesa de jantar, com seu laptop, para manter uma disciplina(?)

Os profetas do novo, afirmam que sim.

Tudo será virtual, on-line, com alta tecnologia.

No máximo híbridas (atenção a esta palavra. Saiba usá-la, pois assim, você fará uma boa figura quando estiver num call, por exemplo).

Tudo no computador ou celular.

O presencial acabou. Ficou velho.

O novo normal está aí para alterar o modo de vida de todos e promete tornar nossas vidas mais interessantes, conectadas.

Será?

Lembrem de quando você estiver tentando dormir e receber um WhatsApp, às 3hs da manhã, respondendo a uma mensagem que você enviou às 17 horas, e a mensagem dizendo assim: plin “Ok”.

Temos uma excelente oportunidade de repensar muitas coisas.

Entretanto, precisamos realmente pensar. Principalmente separando o que eu quero para mim e o que eu não quero.

Só tenho certeza de uma coisa: a vida do come e dorme vai ficar mais difícil. O nível de exposição vai aumentar.

O tal novo normal, traz em si, velhas questões para todos nós.

Trata-se daquela pergunta que fica sempre questionando sua vida: O que eu realmente quero para mim?

Esta é a versão mais sofisticada de: Meu filho o que você vai ser quando crescer?

Chegou a hora de decidir.