O depósito de lixo dos oceanos: “Great Pacific Garbage Pactch”, envergonha a humanidade
O que estamos falando é de um verdadeiro depósito de lixo nos oceanos, o chamado “Great Pacific Garbage Patch”, (na tradução Grande Mancha de Lixo do Pacífico). Esta região do Oceano Pacífico está concentrando gradualmente o lixo que é jogado nos oceanos.
O lixo jogado fora sem nenhum critério, seja em terra, seja em mar, tem um lugar certo, uma vez chegando aos oceanos são levados pelas correntes marítimas do chamado “Redemoinho Subtropical do Pacífico”. Recebeu a denominação de “Grande Mancha de Lixo” para denunciar o problema mundial do lixo. Os ambientalistas dramatizam com toda a razão para que a humanidade crie consciência da questão de como lidar com o acúmulo do lixo produzido pela atividade humana.
Mas não é somente no Pacífico que cresce esta montanha de lixo. Já existem outras em formação e até bem perto de nós. No Oceano Atlântico começa da mesma forma a se juntar montanhas de lixo impulsionadas pelas correntes marítimas. Uma resposta para a solução de tamanho problema ainda não foi proposta. Apenas se fazem ações emergenciais, sem solução definitiva.
O lixo continua seu caminho implacável. Sabemos que os rios, esgotos ou praias não podem absorver tudo o que a chuva leva em seu caminho. Assim, hoje, podemos afirmar que o maior aterro sanitário da terra não está em terra, mas se encontra nos oceanos.
O “Great Pacific Garbage Patch” se estende por centenas de quilômetros por intermédio do Oceano Pacífico Norte, formando uma nebulosa, quintal de lixo flutuante em pleno alto mar. Uma embalagem plástica do supermercado começando nas mãos do homem vai terminar em algum oceano, muitas vezes, pensando no pior, dentro do estômago dos animais ou ao redor de seus pescoços.
De que é formada esta montanha de lixo?
Muitas vezes as pessoas descrevem a “The Great Pacific Garbage Patch” como uma ilha de lixo, mas é muito mais do que isto. Se fosse assim poderíamos ir até lá e simplesmente eliminá-la do meio do Oceano. Se ela fosse considerada com uma grande massa flutuante, este trabalho seria até mais fácil. Mas ao contrário de tudo isto, é uma verdadeira galáxia de lixo, povoada por milhares de ilhas menores do lixo escondido debaixo d’água espalhado por milhares quilômetros, que as correntes marítimas ao longo de anos foram formando. Não é fácil estudá-la, e muito menos calcular seu tamanho. Imaginamos o tamanho do estado de Minas Gerais. Quem sabe poderia ser até maior.
Entendemos que esta montanha de lixo é formada basicamente de plástico, e por causa disto é que iniciam todos os problemas. O plástico não é biodegradável. Isto é, os micróbios que quebram as outras substâncias não reconhecem o plástico como alimento, e então não o eliminam. A luz solar vem agravar os problemas, torna o plástico quebradiço e reduz o plástico em pequenas partículas. Se tornando microscópico ele pode ser comido por organismos marinhos minúsculos, e passam a fazer parte da um cadeia alimentar, que levará a vida marinha a consequências assustadoras.
Como se forma esta ilha de lixo?
Das correntes marítimas dos oceanos uma delas é chamada de “Giro Subtropical do Pacífico Norte”, preenchendo um espaço entre o Japão e a Califórnia. Sua extensão abrange um giro que vai do norte das ilhas do Havaí, em águas quentes do Pacífico Sul com as águas mais frias do norte, recebendo o nome de “Pacífico Norte Zona de Convergência Subtropical”, este ponto é o lugar onde o lixo lentamente vai se acumulando.
Este lixo pode levar vários anos para chegar a esta área, dependendo de onde está vindo. O plástico pode ser levado a partir do interior dos continentes para o mar por intermédio dos córregos e rios somando perto de 80% e o restante fica do lixo jogado no mar por navios mercantes, de pesca ou turismo. De qualquer maneira, este lixo empreende uma viagem de cinco ou sete anos antes que ele se torne mais um satélite em torno da montanha de lixo. Não falamos aqui das redes de pesca de plástico abandonadas pelos pescadores que enredam milhares de detritos formando blocos enormes de lixo flutuante.
Problemas que surgem?
O lixo marinho ameaça a saúde ambiental de várias maneiras. Aqui estão algumas:
Fotodegradação: Com a luz solar intensa começa a quebra dos detritos flutuantes de plástico em pequenos e minúsculos pedaços engrossando a água com estes pequenos pedaços de plástico suspenso. Isso é ruim para uma série de razões. Produzem toxidade advinda do plástico e dos corantes que existem, e aos poucos vão alterando a cadeia alimentar marinha, pela ingestão destes detritos pelos peixes, aves, etc.
Entrelaçamento: O crescente número de redes de pesca de plástico abandonadas e perdidas (muito utilizadas pela durabilidade e baixo custo) é um dos maiores perigos encontrados no lixo marinho, Elas enredar focas, tartarugas e outros animais em um fenômeno conhecido como “pesca fantasma”. Estes animais marinhos e peixes além de serem enredados e mortos por estas redes de pesca, muitas vezes eles engolem pedaços de plástico que os eliminam lentamente.
Restos de plásticos flutuantes de pequeno porte: Pequenos pedaços de plástico comumente se encontram no lixo marinho levados com as chuvas e por serem pequenos coloridos e abundantes, tornam-se uma arma mortal para aves como albatroz, tartarugas etc, que os engolem enganados pela aparência. Eles tendem a flutuar e se fotodegradam, ao longo dos anos. Das aves marinhas estudadas e encontradas mortas o albatroz-de-cauda curta e uma das espécies que facilmente confunde o plástico com os alimentos. Os estudiosos encontraram no estomago do albatroz tudo o que se pode imaginar, de pedaços de escova de dentes até pequenas tampas de garrafas.
O que podemos fazer?
O descobridor do “Great Pacific Garbage Patch”, Charles Moore, disse certa vez que um esforço de limpeza deste lixo “levaria à falência a qualquer país e mataria milhares de animais” “É muito difícil.”. Mesmo assim Charles Moore faz voos sobre esta montanha de lixo tentando estudar suas dimensões, expansão e como a humanidade poderia encontrar uma saída para este problema criado.
Outros pesquisadores coletam amostras de água, acompanham o problema dos detritos, analisam a imensa neblina subaquática formada de flocos de plástico. Alguns pensam em reciclá-lo outros transformá-lo em combustível e assim por diante. Devido à descoberta de outras formações de montanhas de lixo, como no Atlântico Norte e no Atlântico outras equipes de pesquisadores estão pensando encontrar soluções para o problema.
Em última análise, encontrar uma resposta para nós que utilizamos o plástico a cada momento é muito difícil. Mas começar é urgente, a humanidade deve fazer alguma coisa: Usar materiais biodegradáveis é a melhor esperança para o controle dessas manchas de lixo.
Permance para nós a imperiosa sentença: precisamos desligar a torneira da fonte. Precisamos educar as pessoas sobre a eliminação adequada das embalagens que não se deterioram, como o plástico.
Oportunidades para a reciclagem têm que aumentar, mas, você sabe os supermercados distribuem milhares de sacolas plásticas a cada dia nas compras. Estas sacolas terminarão em algum lixão e mesmo irão acabar no mar, levados pelas águas. Como sociedade, temos que melhorar a reutilização das embalagens do que nós compramos. Felizmente estamos iniciando a campanha de diminuição do uso das sacolas plásticas, mas ainda é muito pouco.
Por: Odalberto Domingos Casonatto.