Experiência de Marca

O fim da era do "almoço grátis"

Operadoras e empresas do setor ainda discutem quem paga a conta em mobile marketing e fazem ajustes criando novas opções de serviços. Uma das percepções é que o preço dos serviços oferecidos em mobile deve baixar. Os anunciantes pagam a conta?

Operadoras e empresas do setor ainda discutem quem paga a conta em mobile marketing e fazem ajustes criando novas opções de serviços. Uma das percepções é que o preço dos serviços oferecidos em mobile deve baixar. Os anunciantes pagam a conta?

Os palestrantes e debatedores do painel “Almoço grátis: limites e 0portunidades para os conteúdos patrocinados“, que aconteceu no Tela Viva Móvel – Encontro dos Conteúdos e Entretenimentos Wireless, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, nos dias 20 e 21/05, acreditam ser elevada a sensibilidade do consumidor brasileiro a preços para conteúdo de mobile, além de levar em conta a concorrência da internet – considerada predatória pelos players de mobile.

O presidente da SupportComm, Alberto Leite, acredita que há, no momento, uma migração para modelo onde quem paga as contas são os patrocinadores (anunciantes), seguindo o sistema de receita da TV aberta. “A classe C acessa a internet em lan houses e não paga nada para baixar música e games. Preços mais acessíveis em mobile possibilitam o acesso a games e músicas também no celular”, afirma Leite.

Já o diretor da F.biz, Marcelo Castelo, acredita que para o forte crescimento da presença dos anunciantes em mobile marketing há o fator preço das campanhas e o processo de aculturação nos departamentos de marketing das empresas. “É mais fácil indicar o Google para o anunciante. Mas nosso trabalho é justamente o de ensinar sobre as novas possiblidades em mobile numa aculturação. Seda, Rexona e Petrobras são cases que a gente fez porque acredita nessa publicidade”, afirma.

Para a diretora de SVA da Claro, Fiamma Zarife, o mobile marketing é um business novo na operadora. “O mobile marketing está exigindo um investimento em listas de clientes com mais qualificações, além de contratações de profissionais especializados. Atualmente 9,6% da receita é de serviços de valor adicionado. Mas o cliente pré-pago ainda tem medo de experimentar. No pré-pago, temos oferecido utilização inteligente que incentive esse hábito”, afirma.

Castelo, por sua vez, ainda fala sobre outros fatores a serem considerados em mobile marketing: a segmentação versus a popularização e o curto espaço de tempo para desenvolvimento e criação de campanhas. “Fizemos ação da Omo na TIM para mulheres de 25 a 40 anos que moravam ao lado de um supermercado com direito a uma camiseta na promoção. Levamos 45 dias para fazer a segmentação. Nem a agência nem o anunciante tem tempo para fazer isso em grande escala”.

A percepção é que o “almoço grátis” está ficando caro. Outra proposta para equalizar a fórmula de receitas e despesas em mobile, proposta pelo gerente de mobile da Abril Digital, Gabriel Mendes, é o pagamento do conteúdo diferenciado pelo consumidor que está mesmo disposto a pagar mais para ter acesso a um editorial mais completo (Sandra Silva).

tela-viva