O home office vem sendo avaliado e discutido já faz algum tempo pelas empresas, mas até então haviam mais discussões do que ações práticas.
Com a pandemia todos foram forçados a fazer o home office em seu estado mais radical e com uma urgência que ninguém estava preparado.
Nos primeiros momentos vieram as novidades, como, principalmente, entender as plataformas de comunicação on-line e se adaptar a esse novo tipo de comunicação e relacionamento, adequar a estrutura para trabalho em casa, preparar todo o sistema digital das empresas para suportar o home office com segurança, entender a nova rotina com todos em casa, principalmente os casais com filhos, aprender a se relacionar intensamente com a família e assumir a produção da alimentação e manutenção da casa. Ou seja, um novo formato de rotina e de comportamento pessoal e profissional que surgiu do dia para noite e todos tiveram que se adaptar.
Após esse primeiro período, veio o primeiro sentimento de que trabalhar em casa era um espetáculo, ganhamos horas por não precisar se deslocar para o trabalho e ganhamos qualidade de vida por estar mais com a família.
Mas com o passar dos dias uma nova realidade começou a se desenhar, apresentando benefícios, mas também novas rotinas que geraram novos stress em nosso dia a dia.
A rotina de alimentação e manutenção da casa começou a tomar bastante tempo, afinal de contas, não se pode comer via delivery todos os dias em todas as refeições, os filhos, principalmente os pequenos, começaram a demandar atenção por estarem presos em casa e também para as aulas virtuais e as reuniões de trabalho on-line se tornaram intensas e longas, fazendo com que a carga de trabalho extrapolasse os horários.
Assim, esta nova balança entre benefícios e contratempos começou a pender para uma nova visão do home office visando ter um novo equilíbrio entre o trabalho no escritório e em casa.
Obviamente algumas funções se adequaram perfeitamente a esta nova realidade, principalmente àquelas ligadas à TI que demandam pouco tempo de interação e trabalho em grupo e muito tempo dentro de um computador programando e montando sistemas.
Mas na maioria das profissões, este balanceamento está sendo avaliado, pois além das questões de rotinas e processos, há também o comportamento humano de ser gregário, muitas rotinas exigem visitar o varejo ou indústrias, obviamente que as decisões presenciais têm o seu valor e o convívio dentro dos escritórios empresariais e tem importância para a disseminação da cultura da empresa e desenvolvimento das equipes.
Acredito que estamos evoluindo para um novo formato de rotina de trabalho, aonde a tecnologia irá contribuir para menos deslocamentos, sejam em viagens, como dentro da rotina diária, agregando qualidade de vida, porém, tendo ainda o convívio nos escritórios empresariais um formato relevante para manutenção da cultura empresarial, o desenvolvimento humano das equipes e dos indivíduos e a relevância das decisões olho no olho.
Certamente o mundo pós-vacina será distinto do atual e diferente do antes da pandemia, mas vejo neste momento que temos que conviver com o Covid-19, sem ainda ter um remédio ou vacina eficaz, que o Ser humano começa a voltar à sua convivência e alguns casos até em um ambiente de total normalidade sem a preocupação com a segurança de saúde.
Ou seja, este novo normal manterá ainda muito da nossa essência de estarmos em grupos e não no individual. Um novo balanceamento será desenhado entre home office e escritório e on-line e presencial. Acredito que sairemos ganhando com qualidade de vida sem perder a convivência profissional.
Agora também vai depender do comportamento humano, pois se no mundo pós-vacina a questão das relações políticas dos indivíduos se sobressair, quem irá querer ficar em casa enquanto seus pares estão com seu chefe no escritório?
E você, como enxerga o home office pós-vacina? Deixe seu comentário e vamos alimentar esta discussão pois temos muitas variáveis a analisar para chegar a um novo cenário.
E o quanto essas mudanças irão alterar a economia como ela está montada, principalmente para os prédios de escritórios, viagens de negócios e todo o varejo, principalmente o da alimentação, que depende muito da rotina alimentar fora do lar ao longo da semana.