Em agosto, comemora-se o Dia dos Pais, e acho importante uma reflexão sobre o assunto.
Como essa data será comemorada daqui a 10 anos? Por muito tempo, o conceito de família foi baseado na união entre o homem e a mulher, por laços matrimoniais, sendo desconsiderado qualquer outro tipo de relação pela Igreja e pelo Estado.
Antes, o padrão familiar era patriarcal e sacramental. Hoje, entretanto, é apresentado um modelo igualitário para os novos arranjos familiares, como os homoafetivos, os informais, os monoparentais etc.
Assim, a família deixou de se basear em laços biológicos para se sustentar em vínculos afetivos de amor para dar e receber.
Quando olhamos para trás, percebemos que aconteceram transformações ao longo dos anos. A masculinidade questionada é aquela que é tóxica e não oferece benefícios a qualquer grupo de trabalho, e não esse novo homem que tem se posicionado como parceiro das mulheres, pai zeloso e amoroso com os filhos.
De acordo com um levantamento do Google, nos últimos 3 anos, entre 2015 e 2018, as buscas sobre o Dia dos Pais tiveram um crescimento médio de 19%. No entanto, faltam ações para que marcas e consumidores criem vínculos com os pais.
Sendo assim, como as marcas enxergam os homens? Como as campanhas promocionais estão acontecendo? Como o live marketing está pensando nisso? O Dia dos Pais está em alta, só perde para o Dia das Mães em relação a todas as datas comemorativas.
Assim como na Páscoa, no Natal ou no Dia das Mães, as pessoas esperam algo especial no Dia dos Pais. A pergunta que fica é: Como sair da mesmice e promover uma situação que traga valores?
Segundo o CEI Survey (Canal Eletrônico do Investidor Survey), até 2020, ou seja, até o ano que vem, a experiência do cliente vai ser fundamental na hora de impactar o consumidor. O diferenciador-chave da marca vai influenciar cerca de 86% dos compradores, que pagarão mais para terem uma melhor experiência.
Mais do que uma data de grande movimentação para o comércio, o Dia dos Pais é um momento importante para a família celebrar laços, independentemente de como e quais sejam. Muitas marcas têm mostrado em suas campanhas que o mais imprescindível é o sentimento e acabam por emocionar a todos que participam de suas ações.
Um case que vale a pena ser citado, pois provocou comoção, foi o da Natura Pai e Bebê, que instalou 40 trocadores em restaurantes sugeridos pelo público em cinco Capitais brasileiras – Brasília, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo – para que os homens também pudessem trocar as fraldas dos seus filhos.
A Johnnie Walker também lançou uma campanha que desconstrói a imagem tradicional dos pais e de uma forma sensível. A ação fez refletir sobre as mudanças na paternidade que já aconteceram e as que ainda estão por vir.
Algumas marcas estão saindo do discurso e entrando em ação, mostrando que, com pequenas atitudes, podem-se construir relações melhores, e um mundo melhor, para que possamos viver.
Por Dilma Campos.