O mundo que vivemos mudou e o de quem produz eventos e ações para as marcas mudou junto.
O que vai sair do outro lado da crise gerada pela pandemia do novo Coronavírus – como é de se esperar – definitivamente não será igual ao que entrou.
Há um bom tempo as grandes agências precisam se reinventar duas ou três vezes por ano, principalmente as gigantes, aquelas que precisam de projetos parrudos para viver.
A ‘crise-nossa-de-cada-dia’ reduzia a oferta de alimento nesse nosso árido ecossistema ‘marketeiro’. Como nossa espécie é canibal – e não que isso seja necessariamente culpa nossa – passamos muito tempo vendo os grandes predadores fazendo pequenas presas desenvolverem técnicas de camuflagem para sobreviver. E não é que essas mudanças climático-econômicas mudaram o meio ambiente favoravelmente para os pequenos e vêm invertendo as posições na cadeia alimentícia?
O que o futuro reserva para estas duas categorias do mesmo animal? Evolução!
As gigantes vão incorporar práticas que costumam ver em seus clientes para enxugar seus custos sem ter que cortar ainda mais na própria carne.
A inovação, que é palavra comum nos projetos da porta para fora, terá que ser implementada de um jeito mais audacioso da porta para dentro, mesmo a contragosto.
Cedo ou tarde medidas tais como home office, team meetings por vídeo e conference calls ou coisas semelhantes entrarão no repertório da B/Ferraz, Banco de Eventos, Dream Factory e por aí vai. Isso porque não se consegue mais diminuir tanto os custos sem afetar a qualidade da entrega.
As margens já não são como as de antes, e, se nada mudar, esses colossos que agora estão passando fome em praça pública, vão perecer a céu aberto.
É necessário que olhem as alternativas para atualizar suas operações, suas entregas, seus modelos de negócios essencialmente.
Não será fazendo a transição para o mundo digital, porque os melhores players já estabeleceram ali seus territórios e construíram suas fortalezas há tempos.
É importante ressaltar que a vida normal só voltará a ser uma experiência próxima do que conhecíamos em 24 meses! Isso mesmo: 2 ANOS! Durante esse tempo, uma solução é planejar como ajustar seus custos operacionais à nova realidade pelo uso de tecnologia e colaboração. Como assim?
Simbiose (s.f.) – Interação entre duas espécies que vivem juntas: utilizando coletivos de criação, equipes de produção independentes e outros grupos autônomos surgidos nesse ecossistema recentemente. O desafio aí passa a ser como se destacar se todo mundo entender que essa é a melhor forma de seguir adiante. Mas todas estas mega-agências têm talentos para definir a estratégia de diferenciação que melhor traduza sua proposta singular de posicionamento. As plataformas de cooperação estão aí para serem exploradas e implementadas por quem quiser inovar.
As agências pequenas, por sua vez, terão que trabalhar suas fraquezas e limitações, principalmente as financeiras. Com clientes estabelecendo prazos de pagamento leoninos, vão ter que mostrar muita habilidade repassando esses mesmos prazos aos seus fornecedores, sob pena de quebrarem irreversivelmente. Mas por terem estruturas enxutas e flexíveis, são capazes de adotar essas estratégias de simbiose – e já estão adotando – muito mais rapidamente e assim voltar ao seu regime de receitas pré-Covid-19 em menos tempo.
A crise é uma janela única para a mudança, mas não aproveitamos bem essa chance de evoluir. Basicamente nos esforçamos para passar por ela esperando pela próxima para ver o que acontece.
Hoje, enquanto escrevo, os inovadores estão implantando novos métodos de gestão de recursos, observando seu comportamento e ajustando as práticas para chegar do outro lado da crise melhor preparado para aproveitar as oportunidades.
Esses não têm tempo para reclamar ou sofrer porque estão ocupados revisitando as prioridades e canalizando suas energias para continuar crescendo e evoluindo! Saindo do casulo para voar mais alto.
É certo que a normalidade chegará, mas quem vai estar vivo para aproveitar?
Para todos os tamanhos de agência, eu recomendo ‘Business Model Generation – Inovação em Modelos de Negócios’. Nesta leitura vemos exemplos de gigantes de segmentos tradicionais que se reinventaram adotando práticas – essas sim – inovadoras e disruptivas tais como portais colaborativos, modelos de negócios abertos, entre outras. Vale muito a pena ler!
Eu tenho um caso de amor pela atividade que planeja, cria e executa ativações de marca, eventos corporativos, brand experience, mesmo antes dele receber este nome pomposo.
Foi nesta área que aprendi o que sei, construí minha carreira e participei de projetos incríveis por onde passei e que não considero como troféus, mas como entidades vivas alimentadas pelas experiências de quem foi tocado por elas. Por isso eu torço para que o live marketing tenha uma longa juventude!