Experiência de Marca

O silêncio (in) explicável

Meu silêncio é (in) explicável porque é unilateral, e quem me lê não o merece. Foi-se o tempo em que o silêncio resolvia alguma coisa. No máximo, nos colocava nas mãos de algozes donos de verdades nunca ditas.

Publicado originalmente em 21/08/12.

Em meio à efervescência do mercado, vendo as ações de ativação em Londres, em meio aos Jogos Olímpicos, à transmissão histórica do Ampro Globes Awards, ao vivo, pelo Promoview, e a iniciativas fantásticas da Ampro como seu novo Portal, a estreia da Rádio Ampro, a criação de uma nova categoria de associado, que inclui estudantes de Comunicação, professores e profissionais do mercado etc., eu fiz silêncio. Foi reflexão mesmo!

Meu último texto foi uma provocação aos promocitários. Numa história que propunha uma atitude postural, mostrei que estamos diante de três tipos de cliente quase sempre: o cliente PORQUINHO, o cliente VACA e o cliente CISNE. Indo mais longe, mostrei que, na fábula, costumamos ser os BURROS e os MUITO BURROS.

Como todo e qualquer escritor, esperava o retorno, sempre bem-vindo daqueles que nos apoiam, criticam, ensinam e justificam sobre o texto. Isso é comum em todos os meus textos, desde os mais bobinhos (eu tenho muitos, confesso) aos mais provocantes. E o que aconteceu? Nada! Isso mesmo, nada!

Pensei: o texto estava muito metafórico. Talvez? Ninguém mais lê o Promocitários (ai meu Deus! Esse pensamento me fez triste.) Daí, lembrei que ninguém lê textos grandes e pensei: Foi isso! Grande demais! Não! Será que foi desproposital? Inadequado? Agressivo? Chato? Bobo? Isso? Aquilo? Chhhheeega!

Mas que besteira de escritor, essa? A gente escreve pra quem quer ler. E quem lê tem o direito de refletir sobre o texto e não se pronunciar. O silêncio nem sempre significa que algo é ruim. Pode até significar, mas não é uma norma. O silêncio pode ser uma reflexão sobre o que se lê. Preferi ficar com essa posição, mas, e ao mesmo tempo, resolvi rever meus textos e imaginar o que você, leitor, espera de mim.

Textos que reflitam tão-somente o que acontece no mercado, sem metáfora alguma? Textos voltados para a formação promocional? Textos que falem da Ampro e das novidades desse mercado? Textos que nos levem a refletir sobre nossa responsabilidade profissional ante um mercado que se ajusta e se corrompe ao mesmo tempo?

Textos que convoquem a atitudes e me faça o porta-voz de algumas agências e profissionais que gostariam de dizer alg               umas coisas a seus clientes, fornecedores e ao próprio mercado? Textos de toda natureza, dentro do escopo do marketing promocional, seus profissionais e estudantes de Comunicação?

Não obtive respostas internas e para não brigar com as palavras, fiz do silêncio minha resposta. Fiquei sem escrever um tempo. Lendo e vendo o que acontecia por aí. Senti saudade das palavras e voltei. Taí, também sou BURRO à espera de CISNES. Também tenho meus PORQUINHOS para os quais reservo meu melhor lixo de projetos. Só não quero mais as VACAS, essas não. Dão coices e não são donas das divinas tetas.

Meu silêncio é (in) explicável porque é unilateral, e quem me lê não o merece. Foi-se o tempo em que o silêncio resolvia alguma coisa. No máximo, nos colocava nas mãos de algozes donos de verdades nunca ditas.

Por isso resolvi romper esse voto bobo e escrever pra você que me lê à espera do texto. Simples assim. Afinal, quem garante que não dar respostas é estar em silêncio? Não é, não!

E descobri isso em pleno Ampro Globes quando, ao ser abordado por uma pessoa, ouvi o seguinte:

– Você o Tony Coelho, do Promoview?

– Sou eu, sim.

– Tava vendo você ali na TV. Leio todos os seu textos. São muito legais!

– Obrigado, cara. Já comentou algum deles? De repente já até nos falamos por lá…

– Comentei não. Leio e levo pro pessoal da faculdade ler. Só isso.

Fim da conversa e uma certeza: O Promoview me leva aonde quero estar. Por isso, estou aqui.