Nos últimos anos o consumo de entretenimento em vídeo mudou rapidamente de conceito e ideia com a chegada dos canais de streaming.
Com a pandemia, este novo mercado se consolidou de vez com marcas como Netflix, Disney+, Amazon Prime, EI Plus e tantas outras plataformas proprietárias, principalmente no segmento esportivo.
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Isso significa maior disponibilidade de conteúdo, mais competitividade e preços mais flexíveis para os consumidores. Mas também acende um sinal de alerta para as TVs.
De acordo com um relatório da Grabyo, nos próximos cinco anos, 25% das pessoas pretendem pagar apenas pelos serviços de vídeo on-line, 24% já fizeram essa troca, e apenas 13% vão continuar com a TV por assinatura.
Ou seja, um serviço sob demanda, disponível quando e onde o cliente quiser por um preço bem mais acessível do que as TVs a cabo, e na qual o cliente decide o que quer assistir naquele momento.
Diversas transmissões ocorreram por redes sociais como o Facebook, seja de times e até das próprias emissoras. “Tivemos um ano marcado por disputas judiciais de transmissão, principalmente causados pela pandemia, e várias Ligas e times decidindo por novos modelos de distribuição de conteúdo.”, afirma Pedro Oliveira, cofundador da OutField Consulting , uma consultoria focada nos negócios do esporte e do entretenimento.
As modalidades esportivas puxam ainda mais o segmento em um ano que os portões dos estádios ficaram fechados, ou seja, equipes, clubes e marcas tiveram que buscar novas formas de impactar seu consumidor.
A Premier League teve a criação do seu PPV por meio de exibições em sua própria plataforma OTT; as vendas de PPV da Conmebol em partidas da Libertadores; a união de DAZN, Tik Tok e Kicker na Alemanha para criar o Football Hub, oferecendo uma solução completa de conteúdo para os torcedores; transmissões em redes sociais como Twitter e Facebook do Campeonato Paulista Feminino; e a OneFootball no Brasil, transmitindo de graça a Bundesliga e a Ligue 1, que não são mais transmitidas via TV a cabo, entre tantas outras ações. Ou seja, o cabo está com os dias contados.
“Atualmente, as principais emissoras e provedores de TV a cabo detém a maioria dos direitos esportivos e 44% dos fãs mundiais de esportes não pagam por esses serviços, o que significa que quase metade do público potencial fica de fora. A falta de acesso reduz o alcance, e, consequentemente, causa menos impactos, perdendo força em grupos demográficos mais jovens e menos propensos a assistirem as competições.”, analisa o especialista.
A maioria dos consumidores globais, entre eles os brasileiros, estão dispostos a pagar até US$ 10 por mês para assistir esportes on-line, ao passo que em mercados mais maduros, como Reino Unido e EUA, esse valor sobre para US$ 25.
Hoje, há no mercado diversas opções de se consumir esse conteúdo em plataformas de streaming, o que destoa totalmente dos valores praticados hoje pela televisão e gera um grande debate: A decisão de deixar de vender pacotes exclusivos de direitos de mídia para emissoras de TV paga, com a segurança de renda durante este período.
“Essa decisão precisa ser tomada com alguma urgência, uma vez que o mercado de conteúdo na América Latina, que historicamente tinha boa adesão à TV a cabo, está migrando rapidamente para o streaming. Quase 80% dos consumidores esperam mudar para serviços de transmissão on-line dentro de cinco anos, maior taxa de adoção prevista em todos os mercados.”, completa.
Sem dúvida o streaming vem ganhando cada vez mais força, principalmente entre o público jovem, mas é possível afirmar que este é o fim da TV paga ou teremos uma convergência de mídias? É esperar para ver.