Pensar no futuro do mercado de brand experience é associá-lo aos eventos sustentáveis e ações ESG com impacto verdadeiramente positivo para o nosso planeta.
Quem afirma isso é o estudo 2023 Global Meetings and Events Forecast, desenvolvido pela Meetings & Events da American Express, que anualmente divulga informações e tendências valiosas sobre o segmento de entretenimento ao vivo.
Realizada entre maio e junho de 2022, a pesquisa contou com 580 participantes (fornecedores, profissionais e líderes do setor) dos cinco continentes e 23 países diferentes.
Os dados revelam o cenário atual do mercado no “pós-pandemia” onde muito se fala sobre projetos e eventos sustentáveis e inclusivos.
Para se ter uma ideia, quatro entre cinco dos profissionais (80%) afirmaram que levam em conta as questões de sustentabilidade ao planejar suas experiências. Desta fatia, 76% já adotam uma estratégia de sustentabilidade como regra.
Ainda 87% dessas empresas confirmam que investir em algum tipo de melhoria, tendo a DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão) continua como meta.
Ou seja, o estudo nos mostra que o mercado já entendeu a real importância dos eventos sustentáveis e que quem fica apenas no discurso, surfando uma onda oportunista, sem de fato colocar a mão na massa e impactar a sociedade e o meio-ambiente, certamente ficará para trás.
Após essa análise, resolvemos ir a fundo e entender como tudo isso vem funcionando na prática.
Para abordar o assunto, a agência DMC colaborou com o conteúdo que você vê a seguir. A empresa de São Paulo tem como slogan “Negócios de Impacto” e nasceu de um projeto social chamado “Novo Século, Nova Atitude”, que gerou renda para adolescentes da Favela Heliópolis. Confira:
Por que investir em um evento sustentável? E como criar um conceito que abrace a causa sem parecer oportunista aos olhos do público?
“Atitude e alinhamento de valores. Se o seu público tem preocupação com sustentabilidade, sua marca precisa estar alinhada. Se o seu público não tem essa preocupação, em breve ele terá. A sustentabilidade é um caminho sem volta, assim como a reputação e a percepção dos valores de uma marca.
Evento é um ímã de atenção e, portanto, uma excelente oportunidade de positivar impactos e mostrar responsabilidade ambiental e social. Não basta criar um conceito que abrace a causa, é necessário planejar com a causa na concepção.
As práticas de greenwashing, um termo em inglês que significa “lavagem verde”, são praticadas por empresas, indústrias públicas ou privadas, organizações não governamentais e até governos.
Esta é uma estratégia de marketing que visa promover discursos, ações e propagandas sustentáveis que, na prática, não se sustentam e acabam sendo usadas de forma oportunista para alcançar um público que, atualmente, está bem mais preparado, exigente e comprometido. Mas o termo vai muito além disso agora. estão com os dias contados, por isso o conceito não basta, tem que ter planejamento e melhores práticas aplicadas na entrega do evento.
Na DMC, planejamos eventos com base nos pilares DMC de sustentabilidade:
- Autenticidade;
- Transparência;
- Educação e Engajamento;
- Parcerias Estratégicas;
- Mensuração e Relatórios;
- Compensação de Carbono.”
Nos conta o time da agência DMC.
O que um evento precisa ter para ser considerado “amigo do meio ambiente”?
“O evento deve incorporar práticas sustentáveis em várias áreas. Durante nosso planejamento estamos sempre olhando a gestão de resíduos, a eficiência energética, desde os equipamentos à logística de transporte. Os fornecedores da DMC são escolhidos pela excelência operacional, sua inventividade/criatividade e suas práticas aderentes aos critérios ESG.”, revelam.
Complementando a dica do time DMC, de maneira prática, é possível apostar nessas escolhas para o seu projeto:
1 – Uso de energia renovável
Optar por fontes de energia limpa e renovável, como solar ou eólica, para suprir as necessidades do evento, reduzindo assim as emissões de gases de efeito estufa.
2 – Transporte sustentável
Incentivar o uso de meios de transporte de baixo impacto, como transporte público, bicicletas ou até mesmo a carona solidária, reduzindo a emissão de poluentes e o congestionamento de tráfego.
3 – Alimentação sustentável
Oferecer opções de alimentos orgânicos, vegetarianos ou veganos, com preferência por produtos locais e sazonais, reduzindo assim o impacto ambiental causado pela produção e transporte de alimentos.
Um exemplo, que não foi realizado pela agência DMC, mas que também é super bacana nesse quesito, é o festival carioca Rock The Mountain que investiu em uma praça de alimentação 100% vegetariana e vegana.
A iniciativa sustentável trouxe impactos positivos para a natureza: de acordo com os organizadores, houve uma economia de aproximadamente 100 milhões de litros de água em comparação com o que a praça de alimentação teria gerado caso tivesse ofertado produtos com proteína animal.
A pegada de carbono também foi reduzida consideravelmente – a economia ao longo dos quatro dias de festival seria o equivalente a 2 milhões de quilômetros rodados. Sensacional, né?!
4 – Neutralização de carbono
Compensar as emissões de carbono geradas pelo evento, através da realização de projetos de reflorestamento, por exemplo, que absorvam ou reduzam a mesma quantidade de dióxido de carbono emitido.
5 – Conscientização e engajamento
Promover a educação ambiental e a conscientização dos participantes e colaboradores do evento, incentivando ações sustentáveis, como a redução do consumo de água e energia, o uso consciente de recursos naturais e a valorização da cultura local.
Quais são os critérios que devemos considerar ao selecionar fornecedores e parceiros para um evento sustentável?
“Na DMC, usamos a ferramenta ESG Pulse que nos direciona e ajuda muito a entender e selecionar nossos parceiros. Eles são especialistas nos critérios listados nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, e também traduzem para nosso mundo de eventos a ISO 20121:2012 e as normas da ABNT. Com isso, nossa equipe foca na criatividade, negociação e planejamento de serviços dentro das melhores práticas para cada categoria de fornecedor, e acredite, a lista é muito ampla.”, completa a equipe DMC.
Além de contratar ferramentas tecnológicas também podemos considerar as dicas abaixo antes de escolher e fechar com fornecedores:
Práticas sustentáveis
Verifique se os fornecedores e parceiros adotam práticas sustentáveis em suas operações, como o uso de energia renovável, o gerenciamento adequado de resíduos, a redução do consumo de água e a adoção de embalagens eco-friendly.
Certificações e selos
Verifique se os fornecedores possuem certificações e selos que atestam suas práticas sustentáveis, como ISO 14001 (sistema de gestão ambiental) e selos de sustentabilidade reconhecidos, como o FSC (Conselho de Manejo Florestal) ou o Selo Verde.
Responsabilidade social
Avalie o engajamento dos fornecedores e parceiros em iniciativas de responsabilidade social, como projetos comunitários, apoio a causas sociais e programas de inclusão e diversidade.
Localização e transporte
Dê preferência a fornecedores locais, a fim de reduzir as emissões de carbono decorrentes do transporte. Isso também pode incentivar a economia local e fortalecer a comunidade.
Outras estratégias que também podem ser úteis é não fornecer estacionamento no local do evento, ou até mesmo cobrar um valor maior para estimular as pessoas a deixarem o carro em casa.
Organizar eventos em espaços públicos com boa infraestrutura de ciclovia também pode ser uma alternativa.
Transparência
Verifique se os fornecedores são transparentes em relação às suas práticas sustentáveis e estão dispostos a fornecer informações detalhadas sobre suas cadeias de suprimentos, origem dos materiais utilizados, entre outros aspectos relevantes.
Histórico e referências
Pesquise o histórico dos fornecedores e parceiros, buscando referências e recomendações de outros eventos sustentáveis em que tenham participado. Isso pode ajudar a verificar a experiência e a confiabilidade deles.
A viagem de incentivo para a PepsiCo, que virou case de evento realmente sustentável
O café da manhã foi servido aos convidados a mais de 4500 metros acima do nível do mar. Após a refeição, os participantes tiveram aula sobre o meio ambiente, clima e a diversidade, além dos problemas e desafios ambientais do turismo e da mineração de lítio no Deserto do Atacama, no Chile.
A experiência prova que é possível sim unir criatividade e sustentabilidade para surpreender, encantar e criar memórias afetivas nas pessoas. O combo dos sonhos para todo o criador de experiências que nós conhecemos!
Falando em cases de sucesso sustentáveis no mundo do brand experience, no site Promoview você pode conferir o canal ESG com milhares de projetos, ativações e experiências voltadas para iniciativas verdes e plurais.
Uma ótima fonte de inspiração para o seu próximo job!
Quais os maiores desafios do mercado, sobretudo o brasileiro, para tirar do papel todas essas estratégias e pilares citados até agora?
“Cultura de curto prazo. Resistência à mudança. Infraestrutura limitada. Custo. Prazo de realização são alguns dos desafios que encontramos no mercado nacional.”, finalizam.
E o seu negócio, tem pensado ou colocado em prática ações sustentáveis e inclusivas como? Deixe seu comentário, vamos conversar sobre!
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