Os promotores da EuroShop 2014, feira mundial do comércio varejista, acreditam que a 18ª edição, que será realizada entre 16 e 20/02 do próximo ano em Düsseldorf (Alemanha), continuará mantendo contínuo crescimento e dará uma segura projeção do futuro desse mercado.
A feira de negócios, voltada para todos os segmentos do varejo, é realizada a cada três anos. Na última edição, em 2011, abrangeu 15 pavilhões que totalizaram 108 mil metros líquidos de exposição, abrigando 2.036 expositores de 53 países e recebeu 107,2 mil visitantes, 60% dos quais internacionais.
Para a próxima edição, apesar das dificuldades econômico-financeiras que afetam a maior parte dos paises, os realizadores da EuroShop 2014 estão otimistas de que atingirão desempenho superior à de 2011, em razão do grande número de espaços já negociados com empresas de todo o mundo, incluindo o Brasil, bem como pelo volume de inscrições para a programação dos diversos fóruns e eventos técnicos e mercadológicos que serão promovidos em paralelo à feira.
No dia 03/09, dirigentes da EuroShop 2014 estiveram em São Paulo. Elke Moebius, diretora da feira; Ulrich Spaan, membro do Conselho Diretor do Instituto de Varejo Europeu; e Lauri Müller, sócio-diretor da MDK Feiras Internacionais, representante da EuroShop no Brasil, se reuniram com a mídia e empresários do comércio varejista e do turismo, para uma apresentação desse importante evento internacional do varejo.
Nesta oportunidade, fizeram uma avaliação das estratégias que estão sendo adotadas pelo setor para superação dos efeitos da crise europeia que se refletiu em todo o varejo mundial e também sobre a forte concorrência estabelecida nos mercado varejista pelas vendas online .
Para Spaan, o comércio global enfrenta, atualmente, os maiores desafios. “Mudança nos hábitos de compras dos consumidores, inovações tecnológicas, que afetam os processos internos das empresas e também a abordagem dos clientes, globalização crescente do setor, além do aparecimento de novas formas de distribuição exigem do comércio um alto grau de empreendedorismo, criatividade e inovação para continuar bem sucedido”, afirma.
Há ainda, no entender do executivo, uma tendência de empresas industriais investirem no varejo próprio, principalmente no ramo da moda. Segundo sua análise, a estrutura do comércio irá se modificar de modo duradouro, especialmente nos mercados saturados na Europa, América do Norte e Extremo Oriente, com retração nas vendas e redução no número de estabelecimentos.
“As empresas comerciais de longa tradição, que nos últimos anos perderam a oportunidade de se adaptar às novas condições de mercado, irão desaparecer, dando lugar a novos players, que se apresentam tanto fisicamente, quanto em operações online e pontuam com sortimentos e conceitos de lojas inovadores”, avalia Spaan.
Outra observação feita pelo executivo sobre o comportamento do consumidor é a de que, cada vez mais, ele terá de ter estímulos adicionais para entrar numa loja. “A montagem da loja terá um significado cada vez maior. Assim, serviço, orientação e contato pessoal com o consumidor serão um diferencial essencial em relação à compra online”, comenta Spaan, acrescendo que o cliente de amanhã espera poder decidir livremente o canal de compra preferível.
“Os limites entre loja física, internet e tecnologia mobile são cada vez menos nítidos. O investimento na integração entre os diferentes canais é considerado por muitas empresas um dos maiores desafios tecnológicos e organizacionais dos próximos anos no varejo”, afirma.
Já em relação ao design das lojas, Spaan comenta que há uma tendência para utilização de materiais naturais e sustentáveis, que também deve continuar nos próximos anos.
“Isto está combinado com investimentos adicionais em iluminação e tecnologia de refrigeração e de ar condicionado, os quais serão compensados por um lado pelos custos crescentes de energia e, por outro lado, por um efeito positivo sobre a imagem da empresa. Na iluminação das lojas, a tecnologia LED irá se impor cada vez mais”, finaliza.
Elke Moebius, por seu lado, destacou que a EuroShop 2014 deverá ser um termômetro do atual e do futuro mercado varejista mundial e ocorre no momento certo, pois se apresenta maior, mais diversificada e mais criativa do que em qualquer edição anterior em sua longa história de 54 anos de realização e será uma fonte de inspiração para muitas empresas e profissionais do varejo.
Ela estima que 50% do contingente de expositores serão os dedicados à arquitetura de construção, reforma e decoração de lojas e que o Brasil deverá multiplicar por cinco sua participação, como país expositor, e, no mínimo, duplicar o número de visitantes em relação à edição de 2011.