Quando Maurício Magalhães disse: Precisamos de mais engenheiros nesse negócio!, a minha primeira reação foi de susto. Mas quando Mauricio fala é preciso refletir, porque ele sabe de Tudo, de verdade. É um homem de ideias reais.
Ao refletir e ouvi-lo com os ouvidos limpos de pré-conceitos entendi muito bem o que ele quis dizer. Aí foi fácil ter meu tema para o artigo.
Desde a geração “Z”, conectada, criativa e adaptável, aliás mesmo antes das “gerações letrinhas”, todo mundo queria ser dono da verdade, e da criação, das ideias, das sacadas (ninguém queria ser mídia ou produtor nas Universidades. Só Criativo.). Ninguém queria ser o chato da execução.
Por conta disso, no Brasil, em especial, tínhamos – e temos ainda – mais gente para pensar ideias “duca…” do que gente disposta a colocá-las em prática.
Resultado: As infindáveis reuniões, onde todo mundo fala, expõe suas ideias, mas ninguém põe a mão na massa. Gente que fala muito e faz pouco.
Chegaram os millennials e uma de suas bandeiras era: Sabemos TUDO. Na realidade achamos que sabemos.
A questão é que saber para eles significa TER ACESSO. Daí, eles “Googlouficaram” o saber. Para que guardar o que posso procurar a qualquer momento?
Sem o saber, deram voz aos gestores “SABE TUDO DE NADA ou SABA NADA DE TUDO”.
Conhecem?
São caras que carimbam tudo na empresa, se metem em tudo, sabem tudo. Pior opinam e interferem no trabalho de quem estudou para a matéria. Se funciona r, avocam para si o resultado, se não, culpam os especialistas de não realizarem.
Assim, diante dos CRIATIVOSOS, que não realizam nada, ocupam, hoje, espaço significativo nas Empresas, Instituições e Academia e prestam um desserviço ao crescimento às suas marcas.
Hoje, nas Palestras, Seminários, Encontros… eles aparecem com seus discursos OBA OBA, dando um show de letras vazias e conteúdo inócuo.
Maurício estava certo. Precisamos de mais gente pragmática nas palestras, empresas e instituições, sob pena de continuarmos a inovar no velho e não construir nada de factível.
Onde estaria Karl Marx se Engels não existisse para p[ragmatizar sua obra?
Vale destacar, aqui, o livro de Albert O. Hirschman: Journeys towards progress: studies of economic policy-making in Latin America. Nova York: Twentieth Century Fund, 1963.
Hirschman, conhecido como O Idealista Pragmático é um tapa na cara do idealista sonhador ou do intelectual de boteco e aqui bem cabe com citação.
Criemos pois para o mundo que precisa refletir e pôr em prática. E aí o Live surge altivo e pragmático das mãos de seus executores, homens e mulheres que, como o Maurício, dão ao sonho a grandeza da experiência.