Mais um ano se inicia, e a luta pela equidade de gênero continua. Não queremos benefícios, e sim igualdade de direitos e oportunidades por competências e engajamento semelhantes.
Tratamento igual para homens e mulheres é questão essencial no desenvolvimento sustentável.
Empreender no nosso segmento é bastante desafiador. Para nós, mulheres, os desafios são ainda maiores. Uma pesquisa realizada em 2018 com mais de 3.000 empreendedores diversos (homens e mulheres) pela plataforma internacional 99designs comprova que os empresários do sexo masculino têm duas vezes mais chances de levantar financiamento para suas empresas iniciantes do que as mulheres, por exemplo.
Isso afeta aspectos cruciais do nosso negócio, como contratação de funcionários, locação de um escritório e até mesmo a duração da nossa jornada de trabalho – temos que trabalhar mais para pagar as contas, lucrar e investir na nossa empresa.
É um paradoxo, principalmente no Brasil, em que o número de mulheres que empreendem é praticamente equivalente ao dos homens: 23,9 milhões contra 25,4 milhões, segundo o último relatório GEM – Global Entrepreneurship Monitor, divulgado pelo Sebrae em 2017.
Felizmente, há muitos caminhos para enfrentarmos os obstáculos. Começando pelo levantamento de capital, procura por organizações que apoiam financeiramente o empreendedorismo feminino.
As opções vão desde Bancos (temos instituições nacionais aliadas a estrangeiras que dispõem de programas específicos para fomentar o empreendedorismo) a investidores anjo, passando por agências públicas como CNPq e Finep e por movimentos de crowfunding.
Procure ampliar suas conexões para vincular-se a mais mulheres com ideias de negócios, mentores e talentos. Nesse aspecto, podemos contar com uma gama de entidades com atividades gratuitas que promovem mentoria e networking. Entre elas, estão a Rede Mulher Empreendedora (RME), o Cubo (Itaú Unibanco) e o Google Campus.
Permaneça atualizada. É incrível o poder da sala de aula e o contato com pessoas com diversas experiências para fazerem as ideias germinarem na nossa cabeça. Conte com o Sebrae, com a Endeavor, com os cursos rápidos de especialização de universidades e com os inúmeros programas online gratuitos, oferecidos por instituições competentes do Brasil e do Exterior.
Ler sobre empreendedoras bem-sucedidas ou assistir a suas palestras trazem mais que inspiração – revelam o caminho das pedras de quem já passou pelo estágio em que você ainda se encontra.
No nosso setor, temos exemplos de sobra de empresárias guerreiras e vitoriosas: Elza Tissumori (Casa Barcelona – SP), Silvana Torres (Mark up – SP), Fabiana Schaeffer (Netza – SP), Chris Bradley (Batuque – SP), Elaine Pires (Eficaz Comunicação Estratégica – Fortaleza), Aleixa Carvalho (Etc e Tal – Minas Gerais), Denise de Cássia (Agência 96 Comunicação – SP), Débora Tenca (Fino Trato – Rio de Janeiro) e, com toda modéstia, essa que lhes fala, a única empreendedora negra de live marketing neste grupo.
Last but not the least, vencer desafios como empreendedoras no mundo corporativo, em que gênero ainda é uma questão relevante, depende também, todos os dias, da nossa motivação.
Portanto, aqui deixo a recomendação de Oprah Winfrey, empreendedora ícone que começou a carreira aos 19 anos e hoje é proprietária de uma emissora de TV, apresentadora, produtora e atriz reconhecida mundialmente: “Seu verdadeiro trabalho é descobrir onde está a sua base de poder (…). Alinhe sua personalidade com o seu propósito e ninguém poderá abalar você.”