“No mundo Flup*, as empresas e instituições se tornarão criativas ou morrerão…” Foi lendo o excelente texto de Ricardo Leite da Trama Design que percebi que nunca estive errado quanto a importância da criação e da inovação.
Sempre achei que o inovador e o criativo fossem o diferencial que as empresas precisam ter para conquistarem seu espaço e permanecerem vivas. Já tinha essa convicção muito antes do mundo virtual se tornar uma realidade para todos nós.
Ainda quando os livros, os jornais e as TVs eram a opção mais eficiente de se informar e conhecer as histórias – com “h” e com “e” – eu já entendia que o que existia não era o definitivo, o final, o certo, o melhor, o que nos convinha. Sabia, dentro de mim, que todo presente reservava um novo presente amanhã no qual algo novo faria tudo ter sentido por um tempo, até que outro presente surgisse.
O “Flup” do Ricardo é um bom nome para ele. Steve Jobs pensava assim, mas, até fazer de uma maçã mordida um símbolo de alta tecnologia, sofreu nas mãos dos idiotas que temem a inovação, como o homem, o desconhecido e os religiosos, a ideia de que Deus seja algo simples e objetivo.
Todos querem o novo, desde que chegue a eles depois de alguém ter feito primeiro e garanta que dá certo. Nossos clientes são exatamente assim. Pedem a inovação, desde que ela seja algo que eles conheçam, garantido, experimentado, que não coloque suas carreiras em risco. A inovação dos outros, criatividade roubada.
Ora, não há como inovar sem risco. Não existe criatividade sem surpresa, sem dúvidas. O inovador ou ainda não existe ou ninguém experimentou. É, como o próprio briefing mentiroso deles pede, novo, ora.
Quantos de vocês perderam concorrências por acreditar que o tal item do briefing que pedia inovação fosse algo colocado ali por alguém com cérebro para entender o que pede?
Quando criamos aqui o Produtores Promoview, o primeiro prêmio brasileiro voltado exclusivamente para os produtores, havíamos sondado outros prêmios conhecidos para fazê-lo antes. Todos disseram não, com o argumento de que não daria certo, pois não teriam retorno. Nós, então o fizemos. Foi difícil, claro, como tudo que é novo, mas deu certo. Agora, pelos menos duas outras premiações contemplam os produtores.
O mesmo se pode dizer da iniciativa do Promoview quanto ao Anuário Brasileiro de Marketing Promocional ou da Ampro quanto à mudança do nome de nossa atividade para live marketing. Quantos criticaram? E quantos não nos seguem hoje? Ótimo, mas ser o primeiro não tem preço. Isso é inovar.
Quem imaginou um dia que trabalhar no mundo digital desse orgulho a alguém, a um pai? No Face, no Google, no Twitter, no Instagram? Quem pensou em armazenar coisas em nuvem sem medo? Em ter um celular que faça tudo por você, e que você mesmo o compraria para testar? Isso mesmo, você é quem o testa, por isso ele faz atualizações constantes. Você é quem o melhora, usando. No nosso mundo, tudo é tão rápido que o novo o espera no dia seguinte.
Hoje, eu falo do novo para os alunos do nosso Curso de Formação de Profissionais para Live Marketing. Eu, na Criação, a Valeria Coelho e o Andre Emerick, na Produção. Somos o novo. Até virem outros. Falarei de criatividade e estratégia em live marketing no Festival Iberoamericano de Criatividade e Estratégia, no dia 06/11. Mostrarei o que é inovação. Quando terminar a palestra, o que falarei não será mais novo.
Hoje, as verdades que são ditas por marcas e produtos no Brasil são tão mentirosas que as certezas do lucro e do sucesso somem em segundos. Quem pensou que empresas como a Kodac desapareceriam por não entender isso. Que Grupo X sofresse por ter inovado com o de sempre.
Marcas poderosas contratam agências medíocres para fazer sua comunicação “inovadora” em concorrências duvidosas, geridas por gente de capacidade mais duvidosa ainda. Algumas já sentem na pele a decadência chegando, muito por conta dessa burrice, mas ninguém fará nada até a crise chegar, de fato, e perderem mercado.
Em 2014, o ano será mais difícil ainda para as Agências de Comunicação, em especial as nossas, de live. Aí é que veremos quem é inovador ou criativo, pois é nos momentos de crise que ideias novas fazem diferença. Muitas agências fecharão as portas.
Muitas empresas e marcas sumirão. Artigos publicados na mídia especializada afirmam que grande parte das marcas/empresas que serão líderes no Século XXI ainda nem nasceram ou se tornaram conhecidas. Quem sabe a sua marca, a sua agência não seja uma delas.
Diz, ainda, o texto do Ricardo que “… em geral, o novo parte de um rearranjo do que temos conhecimento e controle, e isso é conhecido como inovação incremental. Mas, diante da crescente competição pela diferença, pequenas melhorias começam a ser insuficientes, e paradoxalmente, a manutenção daquilo que parece dar certo representa o maior risco.”
É isso. Inovação e criatividade vão fazer sempre a diferença. Hoje, não fazem para alguns, é certo. Os medíocres estão no comando, com seus cálculos burros, onde o valor está em economizar mil reais e ganhar no pagamento esticado. Amanhã, eles sumirão como as marcas que destruíram com as reais mil mazelas que esticaram e pagarão caro por suas mentiras e inércia. O mundo cobra de quem não o conhece e entende.
A Conceito, empresa que criamos, há cerca de dez anos, é fruto dessa crença. De que sem inovação e criatividade não se justifica atender um cliente, comunicar marcas e produtos. Por isso, pagamos caro hoje.
Nosso presente é o futuro, assim como o dos clientes que acreditam em nós. E, pasmem, eles existem, investem em nós e se tornam grandes, contra tudo e contra todos.
Alguns são conhecidos, como o Promoview, lugar de gente inovadora, a quem atendemos com orgulho, outros, são marcas consagradas que apostam em algo diferenciado, outros, ainda, são marcas que só o serão conhecidas como grandes em breve, pois apostamos, seguramente, que a luz que apagou a escuridão do medo, quando o homem descobriu o fogo, é a mesma que brilha na grande ideia, que só homens de coragem, e que inovam, são capazes de ver.
Luz é vida. Inovação é luz. Logo, quem não inovar, vai morrer na praia dos seguros. Ah!, e alguns vão morrer de velhos, como suas marcas e empresas.
* FLUP, segundo Ricardo Leite é algo que ainda não surgiu, não foi criado, mas quando o for será relevante e importante. E eu já adoro o FLUP.