Uma paralisação anunciada por meses e ignorada pelos governantes acabou provocando o que muitos chamaram de ‘caos’.
A paralisação dos caminhoneiros, que teve início no dia 21 de maio, quando a categoria exigiu uma redução nos preços do óleo diesel – que subiram mais de 50% nos últimos 12 meses, causou problemas em vários setores.
A crise não impactou apenas o abastecimento e setores como a saúde, a educação e a mobilidade. O setor de eventos corporativos também foram fortemente impactados.
Para os empreendedores de eventos, o clima não é de festa em tempos de crise de abastecimento causada pela paralisação dos caminhoneiros. Com cancelamentos e adiamentos, os prejuízos se acumulam.
De acordo com Eduardo Murad, diretor-executivo da Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), vários eventos foram cancelados em São Paulo, Rio de Janeiro e em outras cidades.
Toda logística de um evento depende de transporte rodoviário. Cenários, equipamentos de audiovisual, mobiliário, A&B, comunicação visual, tudo isso e muito mais precisa estar no local do evento na véspera de sua abertura. Mais que isso, palestrantes, participantes e toda equipe de realização dependem de transporte aéreo e rodoviário para chegar ao local.
Ainda sem números consolidados, a Alagev está acompanhando de perto e tem visto que a crise tem gerado um impacto direto, com cancelamentos e reagendamentos de voos e de hotéis.
A entidade pontua ainda que muitos pensam somente no impacto de deslocamento das pessoas para chegar e sair dos eventos. “Sim, esse é um problema, pois o impacto na mobilidade das cidades foi enorme como acompanhado pela mídia. Táxis ainda circulam com o gás GNS e atendem certa demanda.”, declara Murad.
Hotéis e espaços de eventos não recebem alimentos e têm os seus estoques no limite. Almoços, jantares e coffee breaks já estão sendo comprometidos e sofreram ajustes de oferta de acordo com o estoque.
Muitos empreendimentos hoteleiros tiveram problemas de gerenciamento de ocupação, pois sem transporte e com muitos cancelamentos de voos, os hóspedes estenderam suas estadas, e os que chegavam ficavam sem quartos.
O catering externo também enfrentou os mesmos problemas, assim como eventos com grandes estruturas (montagem, sonorização, etc.) não podiam ser desmontados/montados, porque o transporte é feito por caminhões.
Além da paralisação não ter atendido aos anseios dos caminhoneiro, para quem dependia do serviço deles (diga-se aqui “todo mundo”), vai se iniciar uma batalha com as seguradoras que amparadas em contratos, vão negar o pagamento dos prejuízos dos organizadores, sob alegação de que sinistros decorrentes de greves não estão cobertos pelo seguro.
Já é praxe no nosso País que a corda sempre arrebenta no lado do mais fraco. Mais uma vez perderam todos. Os caminhoneiros, quem depende do trabalho deles, e, o mercado de eventos, um dos maiores geradores de rendas e empregos no Brasil.
É uma lástima. O Brasil precisa urgentemente ser passado a limpo!