A PepsiCo está apresentando uma nova versão orgânica do Gatorade que é certificada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, testando até que ponto um produto criado em laboratório com sabores artificiais e corantes pode se adaptar ao movimento de comidas naturais.
Depois de dois anos de pesquisa, a empresa está vendendo os sabores de morango, limão e frutas vermelhas em alguns supermercados Kroger, afirmou Brett O’Brien, vice-presidente sênior e diretor geral da marca. A ideia é expandir para outras lojas selecionadas, lojas de conveniência e naturais nas próximas semanas. O preço sugerido é de US$ 1,69 para a garrafinha tradicional, 50 centavos a mais do que o produto não orgânico.
A Gatorade, que controla 70% do mercado de bebidas esportivas, está enfrentando um aumento na concorrência por produtos como água de coco, uma vez que os clientes andam mais preocupados com os ingredientes. As vendas da indústria de orgânicos nos Estados Unidos alcançou US$ 43,3 bilhões em 2005, um aumento de 11% do ano anterior, enquanto a venda de alimentos no geral subiu apenas 3%, de acordo com a Organic Trade Association.
“Nós ouvimos bem alto nos vestiários, por meio do nosso trabalho com as nutricionistas, que existe um interesse e desejo dos atletas de irem para os produtos orgânicos,” afirmou O’Brien em uma entrevista. “Algo em torno de 10% ou 12% dos atletas afirmam que estão interessados em comprar produtos orgânicos.”
Para ser considerado orgânico, o novo Gatorade teve que retirar os ingredientes artificiais e a PepsiCo teve que refinar sua produção. Cada passo do processo foi aprovado pela USDA, que visa garantir que os produtos orgânicos sejam mais naturais e menos danosos ao meio ambiente.
Mas a produção do G Organic não está totalmente livre de risco. Recentemente a PepsiCo sofreu retaliações por mudar o adoçante na Pepsi Diet, forçando a empresa e reintroduzir o produto com aspartame menos de um ano depois de tirar do mercado. Uma extensão de marca da Gatorade – que já inclui a sem caloria G2 – poderia confundir os consumidores.
“Se eles conseguirem focar em trocar ingredientes sem alterar o sabor, é uma vitória para os dois lados”, afirmou Adam Fleck, um analista de bebidas da Morningstar. “Mas você tem que ser muito cuidadoso para não alienar os consumidores atuais em uma aposta para atrais novos consumidores”.
O G Organic, que contém sete ingredientes, é a primeira grande bebida de esporte a dar um passo em direção a ter menos ingredientes e eles serem mais naturais.