Experiência de Marca

POR DENTRO DOS GRANDES CAMAROTES DE SALVADOR

Quando os foliões tomam conta dos famosos circuitos do Carnaval de Salvador, as ruas ficam repletas de gente alegre, com seus abadás coloridos pulando na avenida, estimulados por imensos trios elétricos, aguçando todos os sentidos. Ali temos o exemplo clássico de uma ação de marketing promocional.

Marcas e produtos se juntam aos trios elétricos, que esbravejam muito axé, onde sentimentos se reúnem e emoções ficam à flor da pele. Este espetáculo atravessa um corredor cercado por dezenas de camarotes que acomodam uma outra imensa parcela de foliões em busca de mais conforto em meio à loucura que é o carnaval de Salvador. Festa para muitos, trabalho profissional para poucos. E Promoview lançou a pergunta: dá para mensurar todo o trabalho que está por trás desta grande festa?

“Antigamente o carnaval não era um evento organizado e planejado. Ele simplesmente acontecia, mas apresentava muitas falhas. Com o tempo foi se aperfeiçoando e ganhando forças, até ser o que hoje é: a maior festa com participação popular do mundo” comentaSandro Ferreira, sócio do camarote Nana Banana. Além dos trios elétricos e blocos, oscamarotes do carnaval de Salvador são os grandes chamarizes desta festa. Pomposos e de alto luxo eles se tornaram verdadeiros impérios da alegria, onde é possível degustar comidas de renomados chefes, beber os melhores drinques, ganhar sessão de massagem, dar uma retocada no cabelo e na maquiagem, além de topar com grandes astros da música e beldades da TV.

Os camarotes são metros quadrados valiosos e disputados. Os preços variam muito e dependem do que ele oferece ao folião. De fato virou um bom negócio para os empresários do ramo, mas daí dizer que é fácil fazê-lo, ledo engano. Os organizadores dos camarotes trabalham, e muito, para levar para a avenida uma estrutura digna de cenas de cinema. Não existe hora para dormir, nem para comer. São inúmeros os detalhes e, um pequeno vacilo, pode acabar com a festa.

Carnaval em Salvador tem camarotes para todos os gostos

Existem quatro tipos de camarote no carnaval soteropolitano: os particulares voltados para grupos; os particulares voltados para qualquer pessoa que queira comprar seu ingresso individual; o oficial e o camarote só para convidados. O processo para quem deseja montar um camarote não é simples e demanda tempo, paciência, boa vontade e dedicação. O primeiro passo é apresentar à Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom) a documentação completa da empresa produtora, regularizada no município, juntamente com o alvará de localização e funcionamento da empresa, além do Cadastro Geral de Atividades, CNPJ e comprovante de pagamento da cota única da estimativa do ISS para o carnaval.

Além de todos os documentos o requisitante deverá anexar ao pedido um projeto arquitetônico do camarote, contendo a planta baixa, os cortes e as fachadas da estrutura, bem como planta de localização, memorial descritivo dos materiais que serão utilizados, capacidade de peso por metro quadrado e indicação dos equipamentos de segurança e prevenção contra incêndio e pânico. O número de banheiros que causaram muita dor de cabeça no passado, também merecem super atenção e são estipulados de acordo com o tamanho do camarote.

E isto é só o começo. Os camarotes localizados em áreas particulares devem apresentar autorização do proprietário e os localizados em áreas públicas devem apresentar uma documentação que comprove ser vencedor no processo de licitação promovido pela Emtursa. A entidade, numa atitude elogiável, desde 2008 só concede os alvarás de autorização de funcionamento aos camarotes cuja empresa produtora tenha escritório fixo em Salvador..

Depois de concedido o alvará é que o camarote irá de fato ganhar uma identidade visual. A estrutura de aço será levantada e toda a parte de decoração será ajustada. Em meio a todo este processo uma equipe de produtores e arquitetos se preocupa com a estética da estrutura. As cores, o design, os mobiliários, a segurança, os banheiros, a cozinha, as mesas temáticas, o espaço para descanso, a iluminação, o paisagismo, as promotoras, os patrocinadores, os brindes, a cobertura de mídia, as saídas de emergência, o tipo de piso e uma lista quase infinita de demais detalhes faz a equipe ficar praticamente de cabelo em pé.

Além de tudo, é preciso obedecer à todas as exigências da Sucom, do Corpo de Bombeiros, do Crea e demais órgãos de fiscalização a fim de evitar desagradáveis surpresas no meio da folia. O mais importante é, de fato, obedecer as regras estabelecidas, bem como o número de foliões permitido em cada camarote. Para quem pensou que é fácil, fica o desafio de conseguir montar um super estrutura no carnaval sem conhecimento prévio da trabalheira e, ainda, sair lucrando!

Um bom exemplo de quem supera o instigante desafio

Responsável pela produção e execução dos camarotes do Nana e da Central a Invent Promo conta com a vasta experiência de Sandro Ferreira. A empresa fundada em 2005 é especialista em tirar projetos do papel e torná-los realidade.

Sandro Ferreira.

Com mais de vinte anos de experiência no mercado de eventos e marketing promocional o sócio já ultrapassou as barreiras estaduais e hoje também realiza grandes eventos em outros estados do país. Com duas décadas de know how eles já conquistaram clientes como a Souza Cruz, Leader, Iguatemi, Propeg, Petrobras, entre muitos outros. Sandro Ferreira sabe como ninguém os desafios de montar um camarote na avenida e de colocar um bloco na rua. Diferente da década de 80, o carnaval tornou-se um produto mercadológico com grande importância para vários segmentos, focando cada vez mais na profissionalização dos envolvidos com o evento. “Chegamos a empregar cerca de mil pessoas em um único bloco”, afirma. Com este número dá para ter uma pequena idéia do que representa o mercado carnavalesco hoje. “O que antigamente representava apenas uma brincadeira de um grupo de amigos, tornou-se um grande negócio, mas é preciso saber executar”, conclui Sandro, referindo-se aos blocos e camarotes.