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Por que as collabs estão dominando o mercado?

Ricardo Leão, CEO da agência MAK, compartilha neste artigo como as colaborações entre marcas estão redefinindo estratégias de engajamento, inovação e diferenciação no mercado

Como CEO de uma agência que atua na linha de frente do marketing há mais de 16 anos, tenho observado de perto as mudanças no comportamento dos consumidores e como as marcas precisam se adaptar para continuarem relevantes.

Uma das tendências mais interessantes que se solidificaram no setor em 2024 é a ascensão das colaborações de marca — as chamadas collabs. Elas não são apenas modismos, são estratégias profundamente enraizadas em novos paradigmas de consumo, inovação e engajamento.

Mas por que as collabs estão dominando o mercado? E mais importante: quais são os benefícios que elas trazem para as marcas que escolhem unir forças?

Aumento de engajamento e visibilidade

Existe uma certa magia quando duas marcas decidem unir forças. Não se trata apenas de somar públicos, mas de criar algo exponencialmente maior que a simples soma das partes. Pegue, por exemplo, a aliança entre Coca-Cola e Marvel. Essa não foi apenas uma campanha direcionada aos fiéis consumidores de Coca-Cola—foi um convite para adentrar um universo totalmente novo, atraindo fãs de super-heróis para a experiência.

Essa parceria desencadeou uma onda de engajamento nas redes sociais. As pessoas não estavam apenas consumindo um produto; estavam compartilhando entusiasmo, exibindo suas coleções de latas e garrafas temáticas. Tornou-se um fenômeno, ilustrando como uma colaboração bem elaborada pode amplificar a visibilidade e despertar o interesse público como nunca antes.

Inovação e diferenciação no mercado

As collabs trazem uma oportunidade única de inovar, ao combinar universos diferentes e criar algo verdadeiramente novo. Um exemplo icônico foi a collab entre Carmed e Fini, que trouxe um produto inusitado: hidratantes labiais com sabores e aromas das balas Fini.

Essa fusão de duas marcas de segmentos tão distintos capturou a curiosidade do público e se diferenciou de tudo o que estava sendo oferecido no mercado e fez com que o Carmed ficasse muito mais conhecido, após essa colaboração.

Atração de novos públicos

A grande mágica das collabs é a capacidade de atingir públicos novos e diversificados. Em colaborações direcionadas ao consumidor final, um exemplo marcante é a parceria entre Adidas e LEGO. Essa colaboração foi estrategicamente pensada para atingir tanto o público esportivo e fashionista tradicional da Adidas quanto os fãs da LEGO, incluindo colecionadores e entusiastas dos famosos blocos de montar.

O resultado foi um produto que atraiu diferentes gerações: desde crianças que se divertem com LEGO até adultos que cresceram com a marca e se identificam com o elemento nostálgico.

Criação de produtos exclusivos

A exclusividade, muitas vezes, vem associada ao caráter limitado das edições que as collabs proporcionam, o que incentiva o senso de urgência nas compras. Um caso famoso que exemplifica bem isso é a collab entre duas marcas que priorizam a exclusividade, Supreme e Louis Vuitton, que em 2017 protagonizaram um dos lançamentos mais aguardados no mundo da moda.

Além do tamanho das marcas, uma disputa jurídica nos anos 2000 trouxe mais frisson para o lançamento da coleção, marcando as pazes entre elas.

Um futuro de colaborações criativas?

A resposta é sim! A cada nova collab, as marcas estão aprendendo mais sobre o poder dessa estratégia. O futuro certamente trará ainda mais colaborações criativas, unindo marcas de diferentes segmentos para oferecer produtos e experiências únicas. Seja no Brasil, com exemplos como Coca-Cola FEMSA e Marvel, ou no cenário global, as collabs continuarão a redefinir o marketing, gerando inovação, exclusividade e engajamento de formas que poucas estratégias conseguem.

Como CEO da Agência MAK, vejo que a união de forças entre marcas não só amplia horizontes, mas cria laços emocionais que transformam o simples consumo em experiências memoráveis e impactantes. É por isso que as collabs estão, e continuarão, dominando o mercado.