Calma! Não estou propondo a disrupção total do setor, mas gostaria de fazer uma provocação.
No nosso setor de eventos em especial na área de feiras de negócios existe um paradigma.
A inscrição dos visitantes em 95% das feiras é gratuita. Ou seja, cada visitante interessado no respectivo setor da feira de negócios disponibiliza os seus dados pessoais em troca do acesso ao evento.
São as empresas interessadas em conversar com esta audiência que pagam pela utilização dos seus espaços, e, em última instância, viabilizam a realização da feira. Sempre foi assim! Este é o modelo de negócio deste setor…
Minha provocação é a seguinte: Hoje existem empresas totalmente baseadas neste formato “gratuito” (pense no Google) ou “subsidiado” (pense na Netflix), mas diferentemente das empresas do setor de feiras de negócio, estas empresas que citei, entre outras, são especialistas em obter as suas receitas por intermédio de outras fontes (advertising, behavioural marketing, etc.).
Não conheço nenhuma promotora ou organizadora de feiras de negócio ou eventos aqui no Brasil que esteja obtendo receitas por meio dos dados fornecidos pelos visitantes.
Não temos a infraestrutura nem a estratégia para agir assim (Bom, pelo menos até agora…!). Mas existe uma frase do Tim Cook, presidente da Apple, que traduz bem esta situação: “If the service is free; you are not the customer, but the product”…. Ou seja, para ele, os prestadores de serviços gratuitos utilizam os seus usuários para alavancar os seus próprios negócios.
No nosso setor, como este pensamento é analisado? Empresas irão começar a cobrar ingresso dos convidados do lançamento daquele produto? Promotores de feiras só deixarão entrar nos pavilhões as pessoas que comprarem uma credencial de acesso?
Em vários eventos na Alemanha esta já é uma prática comum. Estaremos nós aqui no Brasil atrasados em relação a esta estratégia?
Existem pessimistas de plantão sempre. Neste caso do gratuito versus pago, a professora da Harvard Business School Shoshana Zuboff talvez seja a mais alarmista de todos. Seu último livro “The age of Surveillance Capitalism” é uma leitura interessante, mas nada conclusiva.
Mas para nós que atuamos no setor de live marketing aqui no Brasil, qual é a estratégia mais relevevante? 100% pago? 100% gratuito? Misto? Eu particularmente acredito que se fizermos eventos que tenham relevância para as audiências estaremos no caminho certo, afinal….
É a Era da relevância!