A guerra política, ideológica e científica sobre ficar recluso em casa e retomar as atividades econômicas está dominando as notícias e conversas nos grupos de WhatsApp, mas vamos pensar juntos: E se fosse tomada a decisão conjunta de que no início de maio se possa voltar à convivência social e retomar o trabalho como era até o meio de março.
Qual seria a sua atitude imediata? Sairia para rua feliz como se tudo tivesse passado ou continuaria preocupado pois ainda não há nenhuma vacina ou medicação para curar o Coronavírus e a saída de casa seria uma decisão muito difícil?
Como será o nosso retorno à sociedade sabendo que ainda não há uma vacina ou um remédio para o Covid-19? Esta é uma questão que temos que pensar profundamente para buscar entender o que vai mudar em nossos negócios no curtíssimo prazo e trabalhar em soluções para esse novo momento.
Certamente, os hábitos de consumo irão mudar, novos formatos de vendas irão aparecer e formatos que estão em crescimento vão potencializar muito.
Com certeza os canais digitais ganharão espaço, por toda a questão do convívio social e também porque toda a população está tendo essa experiência de forma intensa.
Com certeza a questão do distanciamento das pessoas e a insegurança em tocar nos produtos irão continuar. Ninguém ficará tranquilo pelo menos nos primeiros meses em ficar próximo às pessoas ou pegar e experimentar um produto com tranquilidade. E isso irá impactar diretamente todos os negócios, hábitos e comportamentos do dia a dia.
A máscara passará a ser um acessório de uso diário e talvez luvas. E isto será muito estranho em nossa cultura de abraçar e beijar como hábito de se relacionar com as pessoas.
Pensando nesses novos comportamentos e avaliando a reabertura do varejo, com certeza o movimento será menor no seu início motivados pela adaptação social e pela questão econômica. Assim acredito que a compra digital será um formato adicional importante para garantir um faturamento próximo ao que havia antes da pandemia.
Então, desde já, todos precisam se preparar para desde o primeiro dia da reabertura ter seu canal digital bem desenvolvido.
Em nosso negócio de alimentação, o delivery, o take-out e o drive-thru ganharão espaços no formato de consumo, pois acredito que ir ao shopping, ficar em um fila ou pegar uma mesa em um local lotado, no início será muito questionado pela população e também porque o home-office irá aumentar.
Assim, aplicativos, próprio ou de parceiros que atuam nessas modalidades de vendas, devem ser uma solução que esteja pronta com toda a sua operação.
No retorno ao convívio social, mesmo que sejam liberados, como nos comportaremos em participar dos grandes eventos esportivos, festas, shows, cinemas e todas as atividades que têm grande aglomeração de pessoas?
No varejo, como fica a experimentação de produtos? E o deslocamento, como ficará o transporte público ou o uso de aplicativos de transporte?
Em relação ao trabalho, como ficará o distanciamento no escritório ou como o home office será adotado em cada empresa?
Muitas perguntas não têm ainda respostas exatas e o comportamento também será adequado dependendo das soluções para a cura ou a proteção do Coronavírus.
Nos restaurantes, com certeza haverá diminuição de mesas e lugares, haverá muita proteção tanto dos colaboradores como dos clientes e as filas deverão ser melhor gerenciadas em relação do distanciamento.
Além das novas formas de consumo, estaremos em um momento econômico bastante difícil, ou seja, a redução do consumo será um fato e para isto teremos que estar preparados em nossas estruturas para suportar essa nova realidade de faturamento.
Em nosso caso também acredito que por conta disto muitas pessoas passarão a levar sua própria alimentação para o trabalho ou teremos uma redução do ticket médio.
Pensando em todas essas questões que citei acima, penso que deveremos estar preparados para 3 ciclos desde o início desta pandemia:
O primeiro, temos que fazer nosso negócio sobreviver e estar preparados para quase que reinaugurá-lo quando for permitido reabrir as portas.
No segundo, teremos que nos adaptar muito rapidamente aos novos hábitos de consumo e a nova realidade econômica. Teremos um período de convivência que ainda não haverá a vacina do Coronavírus e também estaremos vivendo uma reconstrução econômica. Estimo esse período até a vacina e a volta da economia entre 12 e 18 meses.
No terceiro, estaremos restabelecendo nossas atividades sociais normalmente, mas com mudanças ainda difíceis de prever, mas espero que a solidariedade esteja mais presente, haja menos desavenças, a política seja mais voltada para o cidadão e menos para o poder e que possamos cuidar melhor do nosso planeta.
Assim, meus caros leitores, muita perseverança, pensamento positivo e resiliência a todos vocês, pois certamente esta crise vai passar e quem superá-la saíra mais forte e melhor!!