A Adidas estima seu primeiro prejuízo anual em 3 décadas, muito em parte graças ao rapper Kanye West.
No final de 2022, a Adidas resolveu pelo rompimento da joint venture com West, encerrando a comercialização da marca Yeezy. O fim da picada para a marca de três listras foram comentários feitos pelo rapper com caráter antissemita.
Cinco meses depois, a Adidas não decidiu o que será feito com o estoque, pois incinerar os pares de tênis seria algo contrário às ações de sustentabilidade da empresa, ao mesmo tempo em que a venda por um valor reduzido resultaria no pagamento de novos royalties a West.
De acordo com a companhia, modificar esses produtos escondendo a marca “não parece muito honesto” e uma doação para pessoas em situação de pobreza acabaria por fazer a marca circular de novo, ressaltou Bjorn Gulden, CEO da Adidas, refutando essas possibilidades. A linha Yeezy era responsável por aproximadamente 15% do lucro líquido da Adidas, conforme analistas da Europa.
No balanço do quarto trimestre, a Adidas teve uma perda de 600 milhões de euros devido ao rompimento com West, representando um prejuízo operacional total de 724 milhões de euros em três meses. No quarto trimestre de 2021, a marca tinha obtido um lucro de 213 milhões de euros. O lucro líquido foi de 638 milhões de euros no ano, o que equivale a uma redução de 70%.
E isso não é tudo. Um novo prejuízo de 500 milhões de euros pode ser registrado em 2023 com a marca, caso a Adidas não comercialize os produtos.
A Adidas estima 700 milhões de euros de perda operacional total em 2023, com a soma do prejuízo com a marca Yeezy, receitas menores na China e custo elevado na cadeia de suprimentos, revelando que a missão de Gulden, o CEO que a Adidas foi tirou da concorrente Puma em novembro, não inclui só os problemas com West.
A revitalização da marca principal é essencial para o futuro do negócio, segundo os analistas que seguem de perto a situação da empresa.
Por fim, no ajuste de contas, o dividendo do ano de 2022, que tinha previsão de ser em 79 centavos, será de 70 centavos de euro, em comparação aos 3,3 euros em 2021. Para o CEO, 2023 vai ser um ano de “reconstrução” da reputação da marca com consumidores e investidores.