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Americanas divulga Plano de Recuperação Judicial

A companhia prevê atingir uma redução significativa de sua dívida, levando a alavancagem para níveis saudáveis.

A Americanas S.A. protocolou em 20 de março, na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Plano de Recuperação Judicial (PRJ). O plano tem como focos principais a manutenção do negócio com geração de valor e o equacionamento da nova estrutura de capital, viabilizando o seu plano de recuperação e considerando todas as partes envolvidas. 

A proposta de pagamento apresentada é composta  por: aporte de R$10 bilhões em novos recursos, conversão equivalente de dívida em capital em até R$10 bilhões, venda de ativos (como por exemplo o Hortifruti Natural da Terra, a participação no Grupo UniCo, dono das marcas Imaginarium e Puket; e a aeronave da companhia) e reestruturação da dívida remanescente entre recompra e repactuação. 

Os credores das classes 1 e 4 (de natureza trabalhista e micro e pequenas empresas) já foram excluídos da recuperação judicial conforme decisão anterior, pendente de resposta a recurso impetrado por alguns credores para pagamento do saldo residual. 

Os credores fornecedores da classe 3 com dívida até R$12 mil, ou aqueles com dívidas superiores os quais aceitem R$12 mil em troca da quitação integral de seus créditos, serão integralmente pagos após homologação do plano. 

Foto:-AFP/Mauro Pimentel

Além disso, a mesma condição também vale para credores fornecedores da classe 3, com dívidas listadas acima de R$12 mil que cumprirem em 30 dias a contar da apresentação do plano, os requisitos necessários para se qualificar como fornecedor colaborador. Desde 21/3, todos os credores podem enviar notificações, requerimentos, pedidos e outras comunicações a respeito do PRJ para [email protected]

Já no caso dos credores financeiros, a proposta da Americanas prevê recompra de dívida por parte da companhia, através de leilão reverso e também compra direta, além da conversão de dívidas financeiras, parte em capital e parte em dívidas repactuadas. A companhia prevê atingir, com a implementação desses passos, uma redução significativa de sua dívida, levando a alavancagem para níveis saudáveis. 

De acordo com Leonardo Coelho, que assumiu como CEO da Americanas S.A. em fevereiro para liderar o processo de Recuperação Judicial em conjunto com a CFO Camille Faria, o plano apresentado confirma que a companhia “continua operacionalmente viável apesar da dívida e, com a reestruturação prevista no plano, terá também níveis de alavancagem compatíveis com o mercado”. 

“Construímos um Plano de Recuperação equilibrado e sofisticado, que levou em consideração a condição particular de cada credor e a sua relação com a companhia no futuro. A grande maioria dos nossos principais fornecedores já acenaram de forma positiva para a proposta, embora ainda haja Endereço: Rua Sacadura Cabral, 102 — Saúde. Rio de Janeiro — RJ. CEP: 20.081-902. CNPJ: 00.776.574/0006-60 pontos relevantes a acordar. Em paralelo, estamos fazendo ajustes na operação que vão otimizar as vendas e a geração de caixa. Isso, em conjunto com os recursos injetados, possibilitará as condições necessárias para o pagamento dos nossos credores na forma desse Plano. Temos plena convicção de que a situação financeira em que a Americanas se encontra é contornável e que a companhia é economicamente viável”, relata o executivo. 

Com a execução da modelagem proposta, a Americanas estima que seguirá, já recuperada, com estrutura de capital equilibrada. “O plano de recuperação apresentado é consistente e já conta, na largada, com R$1 bilhão dos acionistas de referência, por meio do financiamento DIP já realizado. A proposta de capitalização com novos recursos e a conversão de dívida de grandes bancos credores, o pagamento de credores colaboradores sem “haircut” e um “recovery” médio acima de 50% para credores financeiros complementam o Plano e lhe conferem a característica de ser um dos mais equilibrados do mercado já na partida. Nós seguimos em discussões construtivas com cada grupo de credores para chegar a um denominador comum”, explica Camille, CFO da Americanas S.A