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Casa como centro de consumo das famílias

Os lares se transformaram em restaurante, local de happy-hour, escola, trabalho. Mas nem todo o varejo se adaptou a essa nova realidade.


Não-importa qual perfil de cliente você atende. Olhe para dentro da casa dele e depois para o seu mix, você verá que ela se tornou o centro de praticamente tudo o que é consumido. 

Agora responda: Os produtos expostos nas gôndolas das suas lojas refletem essa mudança, já enraizada na vida das pessoas? Se isso ainda não é uma realidade para você, fique atento. 

Compreender o que já mudou e rever a jornada do consumidor, o sortimento das lojas, a forma de expor e o layout é fundamental para fazer de 2021 um ano melhor do que está previsto. Afinal, esse é o momento de olhar de forma mais estratégica para as lojas, as categorias e para o negócio como um todo. 

O que é a casa hoje e como ela influencia o consumo

Happy Hour / Lazer

As confraternizações de fim do dia passaram a ser feitas em casa, com a família, e, muitas vezes, com amigos por meio de videoconferência. 

Bebidas alcoólicas tiveram um aumento significativo nas vendas, com destaque para vinhos e cervejas especiais. 

O mesmo aconteceu com produtos e serviços voltados aos momentos de lazer. Brinquedos e jogos para crianças e adolescentes e filmes e séries em plataformas de streaming para adultos são alguns exemplos.

Trabalho

Um-dos grandes paradigmas quebrados durante a pandemia, o chamado home office também teve grande influência sobre o consumo. 

A exemplo de eletroeletrônicos, as vendas de notebooks e computadores explodiram. Itens de indulgência e snacks, algumas bebidas não-alcoólicas e refeições prontas, com apelo à praticidade, também foram impulsionadas pelo trabalho em casa.

Restaurante

Esse papel é cumprido de duas maneiras no lar:

  • As pessoas passaram a cozinhar mais em casa. Mesmo as que antes não tinham esse hábito se arriscaram, gostaram e incorporaram essa atividade.
  • Muitos consumidores procuraram levar para o lar a experiência gourmet, antes obtida nos restaurantes, buscando alimentos com esse perfil nos supermercados ou utilizando delivery de entrega.

Escola / Academia

Com os filhos estudando on-line, os produtos que iam nas lancheiras passaram a ser consumidos em casa. A prática esportiva também foi transferida para o lar e levou a uma alta na demanda por acessórios e itens saudáveis.

Categorias em que o consumo avançou (em %)

Com as pessoas ficando mais em casa, esses foram alguns produtos em que o consumidor ampliou seus gastos. Eles atendem diferentes comportamentos e necessidades, como cozinhar mais, limpar a casa com maior frequência, ter maior atenção à higiene, apelo à indulgência e à saúde, praticidade, entre outros. 

O levantamento é da Horus , empresa de inteligência que gera informações de mercado a partir de dados das notas fiscais coletadas pelo aplicativo Pinngo, de comparação de preços. Eles se referem ao período de janeiro a novembro do ano passado.

Os padrões de escolha do consumidor

  • Eles também se alteraram a partir da experiência vivida em casa. Entre os principais estão:
  • Confiança passou a ser um dos principais critérios na decisão de compra de marcas e produtos.
  • Shopper virou consumidor.
  • Como consequência, as pessoas passaram a conhecer melhor os produtos, e, portanto, a ter maior autonomia na escolha.
  • Limpeza da casa e opção por produtos saudáveis viraram um ato de proteção à família.
  • O consumo de indulgência se tornou um escape para a tensão do momento.

Nunca foi tão crucial ter uma execução eficiente nas lojas garantindo o produto certo, na quantidade certa e com a exposição correta. Esses são os fundamentos do gerenciamento por categorias (GC), e os varejos que já tinham a ferramenta incorporada à sua cultura conseguiram se adaptar às mudanças de consumo na pandemia. 

Ainda existe uma visão de que o GC é tático, mas, quando visto de maneira estratégica, ajuda a identificar e antecipar tendências e movimentos de consumo e a criar necessidades.

Nas empresas em que a metodologia é realidade, o crescimento foi de dois dígitos nesse período, pois elas conseguiram, de maneira efetiva, disponibilizar produtos que passaram a ser relevantes, pensando no melhor layout e exposição, redimensionando posicionamento e espaço em gôndola, entre outros ajustes”, completa.

Muitos varejistas se voltaram corretamente para o e-commerce, em função do seu crescimento exponencial, mas acabaram tirando o foco da loja física. 

Entretanto, a escolha do shopper não é por um ou outro, mas por ambos, já que o seu comportamento é multicanal. Alguns varejos criaram soluções de compra nas lojas a partir do gerenciamento por categorias.

 

Foto: iStock.