Na Copa do Mundo, os supermercados estão marcando gols antes da Seleção do Brasil entrar em campo. Entre os artilheiros do time do varejo estão carnes e cervejas, além de petiscos como a pipoca, que à frente de um esquema tático — que combina ações promocionais, descontos, lojas decoradas e reforço em equipes — vem garantindo aumento de até 50% em vendas desses produtos a grandes redes do setor.
Para o torcedor, a melhor estratégia é se antecipar para colocar no carrinho itens com preços reduzidos.
No Prezunic, por exemplo, as vendas de cerveja crescem 50% em dias de jogo do Brasil. Os itens de açougue — puxados pela turma do churrasco — têm crescimento de 20%, com destaque para a linguiça, que vende 50% mais, e para o carvão, com 40% mais.
Avançam também petiscos como pão de queijo e pipoca para micro-ondas, com altas de 50% e 60%, respectivamente. "As ofertas para a Copa do Mundo oferecem descontos, por vezes, maiores do que 25%.", diz Paulo Drago, diretor-geral do Prezunic – Cencosud.
"Toda véspera de jogo do Brasil reforçamos o anúncio de ofertas de carnes e bebidas em geral, com esse direcionamento para quem vai se reunir e celebrar junto.", conta Paulo, lembrando que as vendas durante o Mundial de futebol são também impulsionadas pelas ofertas do aniversário da rede e de São João.
Em maio, o Prezunic fez da Copa do Mundo tema de sua campanha anual de aniversário, com o ex técnico Joel Santana como garoto-propaganda da rede. Sorteou três viagens para clientes irem à Rússia com acompanhante, apostou em grandes ofertas e elevou as vendas, como um todo, em 15%.
O consultor de varejo Marco Quintarelli afirma que as compras estão concentradas principalmente na véspera dos jogos do Brasil ou perto do fim de semana, quando os torcedores podem acompanhar os jogos de diversas seleções:
O brasileiro está um pouco desanimado com a Seleção e a movimentação política, os supermercados apostam nos resultados do Brasil na próxima fase para aquecer as vendas, na expectativa de que os torcedores se animem, façam mais compras e reuniões de amigos.
Em geral, a estratégia dos mercados, avalia Marco Quintarelli, se resume em uma boa escalação em decoração, pontos de venda extras de bebidas e aperitivos em locais de grande circulação e destaque nas lojas, além de promoções nos setores de açougue e bebidas. Quintarelli lembra ainda que alguns estabelecimentos ofertam itens para animar a torcida, como vuvuzelas, blusas e faixas.
O salto em vendas, contudo, está concentrado nos itens consumidos por quem está acompanhando os jogos da Copa, pondera Pietrangelo Leta, vice-presidente Comercial do Zona Sul: "A Copa vem movimentando as categorias de bebidas, salgadinhos e carnes, com aumento médio de 10% nas vendas nas vésperas dos jogos do Brasil. Mas o humor da Copa ainda não está 100% contagiante. Acredito que (com o Brasil) na próxima fase, o otimismo e a confiança aumentam, o consumo vem como consequência."
No total, porém, as promoções (no varejo) continuam agressivas, as vendas estão fracas e ainda há deflação no preço dos alimentos como um todo, com exceções de itens como leite e farinha.