O Grupo Petrópolis, detentor de marcas como Itaipava, Black Princess, Crystal e Petra, fez uma solicitação de recuperação judicial em 27/03, na Justiça do Rio de Janeiro. A empresa possui dívidas que chegam a R$ 4,2 bilhões, conforme sua defesa. Desse montante, 48% são financeiras e 52% para fornecedores e terceiros.
No dia 28/03, a Justiça deu ao grupo o direito de uma tutela cautelar de urgência determinando a liberação dos recursos do Grupo pelo Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa. A companhia havia dito que a tutela era uma questão de urgência para fugir d “iminente estrangulamento do fluxo de caixa”.
Em 2022, o Grupo Petrópolis comercializou 24,1 milhões de hectolitros de bebidas, equivalente a uma redução de 23% quando comparado com 2020. Essa queda resultou em uma diminuição de 17% na receita bruta do período. Enquanto isso, os custos do setor aumentaram e, também conforme informado pela defesa da Petrópolis, não houve repasse ao consumidor.
A situação do grupo também ficou pior graças ao aumento da taxa básica de juros, a Selic, o que pressiona o nível de endividamento. Esse aumento no juro tem causado um impacto de R$ 395 milhões anuais no fluxo de caixa da empresa.
Na petição, o Grupo Petrópolis, representado pelos escritórios Salomão Sociedade de Advogados e Galdino & Coelho, disse que, até o final de março, deve haver uma necessidade de capital de giro acumulada R$ 360 milhões maior ao planejado para o período e que, até 10 de abril, será R$ 580 milhões maior.
“A combinação desses fatores, exógenos e alheios ao controle das requerentes, gerou uma crise de liquidez sem precedentes no Grupo Petrópolis, que comprometeu seu fluxo de caixa a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal com o ajuizamento deste pedido de recuperação judicial”, conclui o documento.
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