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Quem é quem?

Se não sabemos quem é quem, como saber o quanto, o quando, o como  e o para onde?

O mundo tem se especializado em atender, com produtos e serviços cada vez mais específicos, os mais distintos targets e tribos. 
Mas quem é quem na era dos multigêneros e dos inúmeros pertencimentos?

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Antes era fácil: criança era criança, jovem era jovem, adulto era adulto e mais velhos eram mais velhos. Hoje criança pode ser baby, kids, tween ou teen; jovem continua sem saber até onde é adulto ou é criança, mas sempre tenta obter o melhor dos dois mundos; adulto está preferindo se manter na adolescência, que hoje já vai até os 35 anos mais ou menos; e os mais velhos ou de idade avançada às vezes são da 3ª idade e tem quem chame de melhor idade, apesar de vários deles não concordarem, mas idoso não, só quando o atendimento ou a vaga forem convenientes. Ah, sem contar os Millenials, os mutantes “X Generation” e toda a sorte de letras do alfabeto que clusterizam e padronizam atitude (como se fosse simples assim!)

Se esse assunto de idade é um enrosco, pense no gênero: antes era homem e mulher. Agora tem um grande arco-íris de classificações e categorizações específicas e minuciosas que prefiro nem citar para não cometer nenhum erro estilístico ofendendo alguém por imprecisão léxica.

E a pele? Chega de mais branco impossível, que agora tem que ter espaço para todas as cores: pardo, amarelo, rosado, albino, azul (da realeza)… e negro que pode ou não ser preto, marrom, café ou chocolate e tem causado muita polêmica no ambiente da comunicação: uns querem valorizar e acabam por piorar a “discriminação racial”; outros são a favor da “diversidade”, que deixa tudo com uma aparência forçada de cotas para ficar bonito na fita mas não engana ninguém.

Classe social? Os critérios para dizer quem é rico e quem é pobre, ou melhor, baixa renda ou desfavorecido socialmente, hoje não funcionam mais: tem rico que não tem residência fixa e anda de taxi; tem pobre que mora em um casarão com vários cômodos e tem vários carros. Tem classe média (média baixa, média média ou média alta?) que mora em Miami; tem trilhardário que vive em um quitinete no centrão da cidade. Favela virou comunidade. Já existe a classe “Z”; e a classe A se sub-estratificou com o AAA, famoso “A gargalhada”.

Antes sapateiro era sapateiro e só. Hoje pode ser sapateiro e chef de cozinha e praticante de cross fit e colecionador de miniaturas de super-herois. Dona de casa era dona de casa e só. Hoje pode ser maratonista, vendedora de cosméticos de porta-em-porta, estudante de ikebana e respondente de pesquisa online. 
  
Todo este descritivo, que é só um resumo e definitivamente não está completo, para mostrar a complexidade que é, atualmente, endereçar de forma precisa uma campanha, evento, ação de relacionamento, incentivo, treinamento e promoção entre uma infinidade de iniciativas mercadológicas, para o público certo, falando a coisa certa e no momento politica e ecologicamente certo.

Fala-se tanto em inclusão, mas difícil mesmo é incluir uma solução pertinente no canal adequado — quem não quer? — com tantas novas possibilidades midiáticas surgindo a cada nanossegundo com promessas mirabolantes de cobertura e frequência, de resultado e conversão.

Se não sabemos quem é quem, como saber o quanto, o quando, o como  e o para onde? Será que a AI resolve esta questão existencial?
Oh, pensadores e mercadores.
Durmam com essa.