Vai rolar uma D.R.

Ao longo da minha vida, tive várias histórias de amor com algumas marcas. Uma relação que já dura há 20 anos, é com o Nescafé Matinal. Desde que vim de Minas Gerais a São Paulo para estudar e morar sozinha, o meu Matinal com leite substituiu o cafezinho passado no coador de tecido de minha mãe e vem sendo assim desde então, um love só.

Outra relação inusitada, mas extremamente forte que tenho, e que é um triângulo amoroso, é com a Nike e Adidas. Detalhe importante: não sou dada à prática esportiva, mas sei lá, as propostas de valor destas marcas me atraem. Uma terceira marca tentou entrar neste triângulo há alguns anos, a Under Armour, e não me conquistou. Outros amores que pareciam verdadeiros foram sendo deixados pelo caminho ao longo da vida, ou porque mudei ou porque a marca mudou e não me fazia mais feliz.

Mas isto é normal. Relações duradouras são cada vez mais raras, inclusive foi uma tendência publicada em um estudo da Euromonitor em 2016 – mas, que se consolidou e está crescendo –  que são os consumidores agnósticos, pessoas que não são fiéis às marcas e nem mesmo valorizam produtos com marcas.

Eu e outros tantos consumidores estamos neste universo, fazendo empresas e especialistas perderem noites de sono para tentar criar estas relações. Estamos vivendo tempos complexos em que todos os conhecimentos que acumulamos ao longo da vida não estão sendo suficientes para criar estratégias que se mostrem vencedoras. É uma inquietação geral, mas neste cenário turbulento, aqui e ali surgem algumas histórias com final feliz.