Experiência de Marca

Profissionais dividem suas experiências no Fórum Eventos

O Fórum foi idealizado pela Eventos Expo Editora, que há mais de 20 anos direciona o seu trabalho na produção de conteúdo especializado para planejadores de eventos.

Com a participação de especialistas nacionais e internacionais na organização dos mais variados estilos e tamanhos de eventos, o Fórum Eventos 2014 ofereceu aos profissionais dessa Indústria lucrativa e promissora momentos de discussão, reflexão, conhecimento, união e novas alternativas de trabalho para que o mercado possa crescer ainda mais e com responsabilidade social.

Este foi o segundo ano consecutivo da realização do grande encontro da Indústria de Eventos. O Fórum foi idealizado pela Eventos Expo Editora, que há mais de 20 anos direciona o seu trabalho na produção de conteúdo especializado para planejadores de eventos.

O diretor da Editora, Sergio Junqueira Arantes, comenta que dois mantras dominaram o Fórum, podendo ser sintetizados em duas palavras: confiança e não.  “Devemos ter coragem de dizer Não aos desmandos, à corrupção, ao mal feito, ao desrespeito aos preceitos de segurança, à sustentabilidade e à falta de incentivo ao aprendizado contínuo” e, continua Junqueira,  “devemos cultivar a confiança como valor máximo de nosso modo de ser”.

No painel assuntos foram discutidos e experiências foram trocadas (Foto: Divulgação/Fórum Eventos).
No painel assuntos foram discutidos e experiências foram trocadas (Foto: Divulgação/Fórum Eventos).

O tema “Tecnologia – Virtual, Interatividade e Redes Sociais” deu início às discussões, divididas em dois dias (24 e 25/03), no Espaço Rosa Rosarum, em São Paulo.

Na sua palestra interativa, Daniel Egger, sócio-fundador da Foltigo, professor da ESPM e do Insper, falou da importância da reputação e confiança nas relações pessoais e alertou para a necessidade dos que trabalham no segmento de eventos se prepararem para o futuro neutro com tecnologia e relacionamento com as pessoas.

Charlotte Dreyer, diretora do International Center for New Media (ICNM) e do World Summit Youth Award, falou sobre a importância da tecnologia para se criar projetos para a sociedade e da premiação World Summit Youth Award (WSYA). “Acreditamos que a tecnologia pode fazer a diferença no futuro e nosso projeto se baseia nisso. O WSYA é uma premiação que seleciona projetos criados por jovens de até 30 anos de idade e que são voltados para o benefício da sociedade, como luta contra a pobreza, melhora da saúde e questões ambientais”, disse Charlotte.

O painel Sustentabilidade & Voluntariado abordou pontos referentes ao tema que são importantes à sociedade no todo, incluindo questões sociais e econômicas, e acesso à educação e saúde.

Para Marco Van Der Ree, diretor de parcerias da United Nations Volunteers (ONU), o governo brasileiro precisa promover ações de apoio ao voluntariado, pois essa prática possibilita a inclusão social, o crescimento individual e profissional e provoca impacto na comunidade. “As pessoas têm o compromisso com a sua sociedade e sua comunidade. Elas só vão contribuir como voluntário em uma causa ou evento quando confiarem na instituição e essa relação precisa ser recíproca para que funcione bem”, enfatizou Marco.

Para Pedro Rocha dos Santos, da Estoril Congress Center – GMIC – Green Meeting International Council, é importante que o governo brasileiro promova ações de apoio ao voluntariado.

Heloisa Coelho, da Rio Voluntariado, explicou que no Brasil o voluntariado tem uma relação muito forte com a religião e revelou que o programa Voluntários Selecionadores será lançado no Congresso da ABRH, que acontece no Rio de Janeiro, com o objetivo de captar 70 mil voluntários para os Jogos Olímpicos no Brasil.  Também alertou para um voluntariado empresarial mais organizado. “Essa história do voluntariado torna-se especial em função dos grandes eventos internacionais. O voluntariado individual é sempre meritório, enquanto o empresarial precisa ter algo mais, deve ser relevante e há de se pensar no impacto da ação. Como é chancelada pela empresa há necessidade de ser mais organizado e revelador”, comentou Heloisa.

O secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Rogerio Hamam, finalizou as discussões do painel dizendo que: “estamos em uma das principais crises da história, a de valores. Isso ocorre na formação da família, nos veículos de comunicação e em todas as esferas da sociedade. É preciso um resgate de valores para que tenhamos o desenvolvimento sustentável que esperamos”, conclui.

Arnaldo Nardone, presidente da ICCA, foi um dos palestrantes do Painel Feiras e Congressos – O Futuro dos Eventos e fez um panorama histórico do mercado de eventos nos últimos 50 anos de história (1963 a 2012). “Houve nesses últimos 50 anos um grande crescimento no mercado de eventos corporativos, tanto regionais quanto internacionais. Este crescimento, porém, não foi uniforme. Enquanto a América Latina subiu de 4.2% para 10% do número total, a Europa caiu de 72.3% para 54%. O Brasil está em nono lugar no ranking mundial, sendo o primeiro lugar na América Latina, seguido por Argentina e Colômbia. A América Latina cresceu três vezes mais do que o resto do mundo, especialmente nos últimos dois anos (2010 a 2012)”, explicou.

Shawna Suckow, presidente da ICCA, falou sobre como enfrentaremos os desafios do futuro dos eventos, enumerando algumas situações que podem influenciá-los, como tecnologia, gerações distintas convivendo em um mesmo ambiente de trabalho, tendências e mudanças culturais, credibilidade, comoditização e engajamento do público. A necessidade da criação de redes de disseminação do conhecimento como fator de diferenciação de um destino foi enfatizada por Shawna em sua fala.

Participando pela segunda vez no Fórum, o presidente da IAEE, David Dubois, comentou sobre o trabalho da associação e falou sobre tendências do mercado de eventos: novas gerações, informação detalhada e aprofundada acessível a todos, Investimento em tecnologia na captura, registro e relatórios dos eventos, feed-back, eventos cada vez mais interativos, Internacionalismo e outros.

A importância da criatividade na construção, reconstrução e transformação da realidade da Indústria de Eventos também foi discutida no 2º Fórum Eventos. “Por obrigação temos que ser pessoas mais curiosas. Um evento mesmo que se repita anualmente precisa ser diferente, informativo, ‘transformativo’ e formativo”, disse Linda Pereira, CEO da CPL Events.

Para Carlos Coelho, especialista em Criação e Gestão e presidente da Ivity Brand Corp, criar é uma história sem fim. “Somos humanos e interativos e para fazer uma marca é preciso ligar as pessoas ao Universo, fazer um projeto de impacto da natureza com as pessoas”, comentou.

O painel Política de Eventos – Sinergia Cliente & Fornecedor discutiu a relação muitas vezes conturbada entre agências e clientes. Entre os pontos debatidos, destacou-se o atendimento duradouro e estratégico do cliente X atendimento job a job. “Quando trabalhei na DPZ, o cliente convidava a agência para um bate-papo informal de onde saiam ideias brilhantes por conta daquela relação até de amizade. E hoje, principalmente na área de eventos, há uma tendência dos clientes chamarem as agências sem um pensamento estratégico”, ressaltou Ronaldo Bias Ferreira Jr., da Agência UM.

“Pela minha experiência, a palavra da vez é envolvimento. Não acredito mais na relação de apenas um job. Se as empresas querem crescer, elas têm que criar uma gama de parcerias para se obter resultados sustentáveis”, acrescentou Ronaldo.

Segundo Fabiana Schaeffer, da Netza Comunicação, o prejudicial para o mercado é quando a concorrência é definida apenas pelo preço, e não pela qualidade do trabalho como um todo. “Definir apenas pelo preço é predatório para o mercado.”

Marco Barcellos, da Cisco Brasil, e Andréa Beatrix, da Companhia do Marketing, complementaram a discussão. “Não dá para ter qualidade e preço baixo ao mesmo tempo, tem que haver um equilíbrio e essa função é do gestor da conta. Se você quer que seu fornecedor esteja engajado com o projeto, ele tem que participar de todo o processo e não só da execução”, falou Marco.

“É muito difícil dizer não para um trabalho, mas temos que aprender a falar isso. Afinal é a imagem da sua empresa que está em jogo. Não significa má vontade e sim um cuidado para que o resultado não seja prejudicial para os dois lados”, concluiu Andréa.

Desafio para as empresas, medir o retorno sobre investimentos, objetivos e experiências traz grandes resultados e requer planejamento, disciplina e conhecimento do negócio. O Fórum Eventos recebeu os especialistas Antonio Manuel Brito, da New Events Global, Skip Cox, CEO Exhibit Surveys e Chairman da IAEE, Armando Campos Mello, da Academia Brasileira de Eventos e UBRAFE, para discutir a importância e melhores formas de trabalhar esses retornos dentro das atividades de empresas de eventos. Eles abriram o segundo dia de discussões do Fórum.

O americano Skip Cox expôs as melhores práticas de como maximizar o retorno do investimento em feiras. Um dos conselhos foi o de vender estratégias para os clientes e ter o número correto de funcionários para o evento obter o retorno esperado.

Antonio Brito, que é consultor internacional em gestão e marketing de feiras e eventos, falou sobre o valor dos eventos e porque e como medir o ROI. Para ele é preciso saber avaliar a satisfação do cliente e uma das importâncias do retorno sobre investimentos é o monitoramento de dados e como o resultado do evento impacta dentro da organização.

Impacto Econômico e Social das Feiras e Negócios em São Paulo foi tema da palestra de Armando Campos Mello. Ele lembrou que o setor de eventos vive um momento atípico e teve que se adaptar com a chegada da Copa do Mundo nesse ano. Além disso, falou que o impacto das feiras em São Paulo é de R$ 16,3 bilhões, sendo que desse montante 47,9% é gasto em hospedagem e 28,3% em alimentação. Dos 8,8 milhões de visitantes na cidade 3,8 milhões são turistas e 70% se hospeda em hotéis. “Se não houvesse os eventos toda uma receita gerada para a cidade não existiria. Temos muita dificuldade no Brasil, para conseguir licenças, alvarás e movimentar as cargas e também a logística de um evento. Os turistas de feiras e negócios deixam na cidade cerca de 4 bilhões de reais, sendo 47% voltado para a hospedagem. Quando se pensa no público visitante da megalópole, eles deixam perto de 1 bilhão na cidade”, falou o presidente da Ubrafe.