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Cuidado com o Wall Marketing

Uma marca é aquilo que ela oferece. Isso deve ficar claro em toda a corporação. Parece óbvio, mas requer um trabalho complexo de pesquisa, planejamento e estratégia, priorizando informações.

Já ouviu falar em marketing de parede, o “wall marketing”?

Pois vou apresentá-lo, que há tempos venho, intrigada, estudando as interessantes mensagens que as empresas enquadram com nobres molduras ou adesivam em suas paredes, da recepção aos toilletes, passando pela sala de reunião. Qual mantras, resumem com efeito de parábola bíblica a trindade “missão, visão e valores”. E então se reproduzem: da parede para o site, do site para os materiais institucionais, dos institucionais para os gifts.

E oh, como podem ser paradoxais!

Eu vos pergunto: são decoração ou estão no coração das pessoas, que realmente fazem as corporações pulsarem?

Muitos dos textos que estudei são resultantes do “efeito slogan”; outros tantos parecem saídos de uma mesma fórmula. O fato é que, rococós linguísticos à parte, a melhor proposição é a mais autêntica, a que possibilite reconhecimento imediato para dentro e para fora, junto a todos os stakeholderes. O simples, mas verdadeiro.

Há inúmeros prêmios para avaliar a criatividade e a eficiência de uma campanha, case de marketing ou endomarketing. Mas quem avalia os discursos corporativos e os premia considerando sua pertinência e unissonidade? Certamente alguém irá fazê-lo, e cada vez mais rápido, de forma aferível e evidente: em níveis de consumo, em níveis de empregabilidade, em rankings de preferência junto aos fornecedores, em indicativos de valor de marca. Traduzindo: criando relacionamento ou deixando de se relacionar com uma marca.

Uma marca é aquilo que ela oferece. Isso deve ficar claro em toda a corporação. Parece óbvio, mas requer um trabalho complexo de pesquisa, planejamento e estratégia, priorizando informações. Pressupõe começo, diversos meios e um sem fim de possibilidades para criar uma matriz discursiva passível de representar, com poder de um mínimo múltiplo comum, toda a potencialidade que uma marca representa.

Enquadrar, adesivar, imprimir, falar… é fácil. Difícil é criar vínculos fortes e respeitosos, que sejam bons negócios para todos.

Fazedores de wall marketing: muita atenção!

Seja lá o que vocês programaram para a parede, para a campanha de mídia e para a ação promocional, a verdade é essa: talvez as pessoas não queiram nada disso. Querem apenas marcas autênticas, que sejam verdadeiras em suas atitudes e entregas, e que façam a diferença em seu dia a dia.