As questões de diversidade estão em alta na comunicação, e, ao longo dos últimos anos, muitas marcas vêm trabalhando suas campanhas em torno de causas relacionadas aos universos de LGBTQIA+, mulheres, negros e demais minorias.
O Boticário, Natura, Avon, Coca-Cola, Skol, GOL, Doritos, Magnum e Netflix são algumas das marcas que representam um movimento de busca, cada vez mais intensa, por inclusão e representatividade na comunicação com seus públicos.
Tivemos a oportunidade de ver de perto os efeitos da diversidade na propaganda brasileira neste ano, no 66º Prêmio Cannes. Nesta edição tivemos campanhas de diversidade e entre os ganhadores mulheres negras.
Demorou, mas já temos motivos para comemorar o avanço nessa área. E o Cannes, como maior premiação da propaganda mundial, mostrou isso. Fato, aliás, que já tinha sido provado por pesquisas.
Um exemplo é o estudo sobre diversidade realizado em 12 países pela consultoria McKinsey and Co., em 2017, mostrando que as empresas com times de executivos com maior variedade de perfis são mais lucrativas.
Segundo a pesquisa, as companhias com maior variedade de gênero da amostra (no quartil superior) têm 21% mais chances de apresentarem resultados acima da média do mercado do que as empresas com menor diversidade do grupo.
No caso da diversidade cultural e étnica, a diferença é ainda mais premiada, e esse número sobe para 33%.
O Leão de Ouro concedido a cases como a obra Caixa Preta, desenvolvida por uma equipe diversa da agência A. Thompson e o Núcleo de Educação e Relações Étnico-Raciais da Faculdade Zumbi dos Palmares, comprova essa realidade.
Temos muito para comemorar e lutar para que a comunicação seja, cada dia mais, a cara do seu consumidor e que leve em consideração seus desejos, comportamentos e sentimentos. Não basta ter um investimento milionário e representar uma pequena parcela da população.
Outra oportunidade de discussão da diversidade chega com o dia 25 de julho, quando se comemora o Dia da Mulher Negra e Caribenha (Dia Nacional de Tereza de Benguela).
A efeméride valoriza a causa também em outras áreas de atividade, pois a luta pela conscientização racial não pode parar.
Aproveito para sugerir a cartilha criada para informar sobre a questão, Tocando no Assunto, produzida pelo grupo Mulheres do Brasil com o apoio da Outra Praia. Acesse a cartilha no site.
Por Dilma Campos.