O Carnaval do Rio teve sua estreia no dia 12 de janeiro, em evento que preconizou 50 dias de folia na cidade.
O evento em si, iniciado às 13 e encerrado às 18h, ocorreu tranquilamente.
No entanto, o público não arredou pé, mesmo com o palco vazio, das areias de Copacabana, envolvido pela alegria e o calor intenso de um domingo de Sol intenso.
Aí, por volta das 19h30min, bem depois do término do evento, explodiu um conflito entre as forças de segurança e o público em geral, quando aquelas tentavam desobstruir a Avenida Atlântica, via fundamental do bairro.
As cenas, lamentáveis, que se sucederam, ganharam a mídia do Brasil e do mundo, mais que o Concurso de Rei Momo e Rainha do Carnaval e a Festa em si e, mais uma vez, deram a ideia de que o Carnaval do Rio é festa de confusão.
Que houve erros, houve, não se discute. Público imenso? Forças de segurança diminuta? (pode ser) Falta de controle dos ambulantes? Enfim…
Mas culpabilizar os Blocos, o Carnaval, a Festa, a Organização?
Há, ou houve, uma má vontade com algo ou alguém.
Os Blocos são a alegria, a cultura, a herança do Carnaval de rua que notabilizou o Rio como Cidade de Momo.
O Carnaval é, por si mesmo, cultura e aptidão do carioca, ordeiro por natureza. Não se pode confundir um grupo com o Carioca e os turistas que lá estavam.
A Festa aconteceu dentro do horário previsto e a Organização foi cirúrgica na programação.
A questão da segurança precisa ser dimensionada ou redimensionada, claro. Mesmo sem vítimas fatais, o que quer dizer alguma coisa, não pode se repetir o problema.
As Associações de Moradores do Bairro, legitimamente, reclamaram e providências serão, e devem ser, tomadas e eu coloquei acima questões que acho relevantes.
Não quero defender pessoas ou Instituições, mas vou defender o Rio e o seu Carnaval sim, porque entendo defender trabalho e alegria.
Acabar com os Blocos certamente não será a melhor solução. Eles hoje são nossa Festa democrática e alegre.
Bom lembrar, aqui, parte da velha canção de Carnaval, tão tocada em Blocos, que, a meu ver, os representa:
“O rei mandou cair dentro da folia
E lá vou eu (e lá vou eu)…”
Festa Profana: Samba da União da Ilha.