O Rock in Rio conquistou o Brasil em 1985 e a península ibérica a partir de 2004, quando foi realizada a primeira edição em Lisboa. A extensão do sucesso à Espanha com o Rock in Rio Madrid em 2008 e 2010 não deixou mais dúvidas para Roberto Medina, criador do festival, em relação à vocação internacional do evento.
Na mira para os próximos anos estão uma nova edição europeia, no Reino Unido ou na Alemanha; uma nos EUA; e outra na América Latina, com México e Colômbia como prováveis destinos.
A ambiciosa expansão, porém, exige investimentos e sangue frio para os riscos que existem na exploração de novos mercados. É neste contexto que o Banco Pactual está há mais de três meses buscando sócios em nome da família Medina para que a jornada não se torne uma aventura.
Uma das primeiras medidas para deixar o terreno mais fértil para os futuros sócios é a desvinculação do Rock in Rio da Dream Factory, agência de promoção e eventos criada em março de 2001 para cuidar da comercialização e realização do festival.
Roberta Medina, fundadora da Dream Factory, conta que nos dez anos de trajetória da empresa foram criados e realizados inúmeros outros eventos proprietários que deram vida própria ao empreendimento.
A base da nova empresa deve ser a Better World, criada em 2004 para ser uma filial da Dream Factory em Portugal e se dedicar às versões europeias do festival.
“A operação, junto com a filial na Espanha, é toda dedicada à produção do Rock in Rio Lisboa e Madrid”, conta Roberta. A nova empresa também cuidará de projetos de licenciamento da marca como o desfile da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel no Carnaval 2013, ano que a quinta edição do festival volta a acontecer no mês de setembro.
Rock in Rio também será o nome de uma peça de teatro que será produzida pela Aventura, empresa de Luiz Calainho em sociedade com os diretores teatrais Cláudio Botelho e Charles Müller.
Na lista de potenciais parceiros estariam empresas nacionais e internacionais, mas nenhuma ainda próxima do acerto, afirma Roberta Medina, caçula de Roberto e hoje principal executiva da franquia Rock in Rio. “Nosso plano é manter uma parcela majoritária no negócio e atrair um sócio com perfil mais investidor, pois já temos o formato e o know how para implementarmos a expansão”, conta a executiva.
Para se ter uma ideia de valores de possíveis aportes, ela conta que a última edição do festival em setembro passado no Rio de Janeiro teve um custo de produção de R$ 95 milhões enquanto as edições em Lisboa e Madrid custaram respectivamente 25 e 27 milhões de euros.
“Infelizmente os custos no Brasil são mais altos”, explica Roberta, sem no entanto abrir cifras de faturamento nem de lucro. “Os riscos em cada edição do festival vão até o último segundo, quando o último expectador deixa o show”, afirma.
As motivações de cada um desses novos mercados em receber o festival também variam. Na Colômbia, por exemplo, mais do que os lucros dos parceiros locais existe a percepção de um evento bem sucedido reunindo as principais banda do mundo pode ajudar o país a consolidar uma nova imagem no cenário global.