Ninguém se engane: só se consegue
simplicidade através de muito trabalho.
Clarice Lispector
Ideias geniais servem de inspiração especialmente quando são ousadas e lindamente simples. Quando você se coloca à prova: como eu não pensei nisso antes? Quando inspiram pela forma de olhar minuciosa, atenta a cada pequeno detalhe para que você diga: incrível como isso tudo faz sentido: essa narrativa é poderosa; gostaria de ter feito isso.
Quem não gosta de se deixar encantar com humor e alegria, com leveza e pertinência? Com histórias bem contadas, que têm bem escolhidos protagonistas e bons enredos, além de envolventes ícones e sinestesias que alumiam as ideias com inovação, emoção e audácia, mostrando novos caminhos para comunicar, encantar e vender?
Precisamos aprender a usar melhor o simples.
Uma marca é aquilo que ela oferece. É simples, parece básico, mas requer um trabalho complexo de planejamento, pesquisa, estratégia e priorização de informações. Requer começo, diversos meios e um sem fim de possibilidades para multiplicar conceitos, filosofias, serviços e produtos. Sem contar o objetivo mais que especial disso tudo: fortalecer e valorizar o patrimônio corporativo.
O simples é complexo; isso é diferente de ser complicado.
Precisa de mais argumentos?
Ei-los, nas palavras de vários porta-vozes começando com Platão, para quem “Beleza de estilo, harmonia, graça e bom ritmo dependem de simplicidade”. C. W. Ceran declara que “Gênio é a habilidade de reduzir o que é complicado a algo simples”.
Alcides Tápias diz que “A maioria dos problemas complexos têm soluções simples”. O próprio Albert Einstein pensou no assunto: “Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não as mais simples”. Winston Churchill disse que “Todas as grandes coisas são simples”; e para Roberto Alvim Corrêa “Simples é o contrário do fácil”.
Ainda na dúvida? Pense nesta de Hans Hofmann: “Simplificar significa eliminar o desnecessário para que o necessário se manifeste”.
Consideremos: a criatividade deve ser um conjunto uníssono para ser efetiva, para fortalecer a comunicação como um todo e entrar no universo particular de quem se relaciona com uma marca. Assim, com êxito, pode atuar em comportamentos de consumo que interferem em indicadores de valor da marca, vendas e lucro.
Quem vai questionar o grau de pertinência destes discursos corporativos e os julgar por sua efetividade de maneira complexa e cruel não são apenas os jurados dos mais descolados festivais e prêmios. É mercado, e de forma muito clara: consumindo mais ou menos. Ou deixando de consumir.
Finalizo com Friedrich von Schiller:
“A simplicidade resulta da maturidade.”
Que tal?
*Adaptado do Livro Gestão de Encantamento, de Marina Pechlivanis (Reflexão Business 2018).