Experiência de Marca

Seria marketing de emboscada de novo?

O Banco do Brasil repetiu a sua estratégia de aparecer sem precisar pagar nada. Ao Banco Itaú, o jeito é continuar vendo o outro brilhar às suas custas. Mas, se quiser dar o troco...

Na Copa das Confederações de 2013, logo na abertura da cerimônia, em Brasília, a imagem de uma camiseta com a logo do Banco do Brasil, vestida pela então ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, serviu de pano de fundo para a fala da presidente Dilma Roussef.

A imagem com a logo do Banco ficou exatos 95 segundos no ar na transmissão oficial da Fifa, conforme destacou o Promoview de forma inédita naquela ocasião. Foi, por exemplo, uma das maiores exposições comerciais espontâneas já vistas numa transmissão da Globo, que já estava ao vivo naquele momento do evento.

Foto: Evaristo Sá.
O Banco do Brasil usou o 'jeitinho brasileiro' para aparecer na mídia na Copa das Confederações em 2013.
O Banco do Brasil usou o ‘jeitinho brasileiro’ para aparecer na mídia na Copa das Confederações em 2013.

O marketing de emboscada é combatido pela Fifa, e, como todos sabem, o patrocinador oficial na Copa do Mundo de 14 é o Banco Itaú que, mais uma vez, vê o Banco do Brasil dar um “jeitinho” de aparecer sem pagar nenhum tostão, pelo menos não para a Fifa.

Dessa vez, foi Aldo Rebelo, ministro do Esporte, que assistiu ao jogo do Brasil contra Camarões, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, com um casaco com a marca do Banco do Brasil.

O ministro acompanhou a partida, realizada no dia 23/06, ao lado do príncipe Harry, da Inglaterra, na Tribuna de Honra, o que deu mais visibilidade à marca concorrente do Itaú, que tem caixas eletrônicos instalados em todos os estádios da competição. Bares, lanchonetes e lojas dentro das Arenas aceitam apenas cartão Visa e dinheiro.

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters.
Aldo Rebelo exibe a logo do Banco do Brasil durante o jogo da Seleção Brasileira em Brasília.
Aldo Rebelo exibe a logo do Banco do Brasil durante o jogo da Seleção Brasileira em Brasília.

A situação pode ser considerada um tanto constrangedora. Não sei até que ponto uma marca leva ‘vantagem’ fazendo uso de um artifício como esse.

Para comprovar, basta olhar para o rosto de Gleisi Hoffiman (cara de paisagem), afinal, esse estilo de vestir não combina com ela. O mesmo ocorre com o ministro do Esporte, até porque, na Tribuna de Honra dos estádios, normalmente o traje usual é o terno e a gravata, por ser um espaço reservado para chefes de Estado.

Mas, cada um luta com as armas que têm. O Banco do Brasil repetiu a sua estratégia de aparecer sem precisar pagar nada. Ao Banco Itaú, o jeito é continuar vendo o outro brilhar às suas custas. Mas, se quiser dar o troco, os Jogos Olímpicos Rio 16 vem aí. De repente, pode ser bom provar do próprio veneno.

Por Antonia Goularte.

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