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Setor hoteleiro enfrenta crise em Belo Horizonte

O aumento da oferta sem alterações significativas na demanda tem causado prejuízo aos investidores que construíram hotéis na Capital.<br />  

Hotel Liberty, localizado na Rua Paraíba, na Savassi, cercado com tapumes, recebeu o último hospede em dezembro de 2014 (Foto: Cristina Horta).
Três anos após a cidade investir em novos empreendimentos para atender à Copa das Confederações, evento esportivo que antecedeu a Copa do Mundo de 2014, Belo Horizonte passa por uma grande crise.

Segundo a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG), Patrícia Coutinho, 12 unidades foram fechadas nos últimos três anos na Capital mineira e outras duas correm o risco de seguir o mesmo caminho.

Segundo Patrícia, desde a Copa das Confederações houve um aumento de 75% do número de quartos disponíveis na cidade. Grande parte dos novos empreendimentos foi beneficiada por uma série de incentivos oferecidos pela Lei Municipal 9.952, de 2010, e por facilitações oferecidas pela prefeitura.

A presidente da Abih-MG estima que depois desse período de alta nas ofertas, a taxa de ocupação dos hotéis diminuiu em 30%.

Patrícia admite que houve uma ligeira melhora nas ocupações em relação ao ano passado, mas o preço médio das diárias caiu 30% em comparação com o período da Copa, diminuindo o faturamento dos investidores. “Estamos sofrendo. O preço médio das diárias caiu e o os custos aumentaram, como água e luz. Precisamos valorizar mais o turismo”, destaca a executiva.

Audiência Pública

Em abril do ano passado, a crise no setor hoteleiro de Belo Horizonte foi tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Na época, Patrícia apresentou uma série de sugestões para amenizar os prejuízos, como enquadrar os hotéis como indústria e, assim, oferecer um regime especial de cobrança de ICMS sobre luz e água.

Ela também pediu isenção de impostos municipais, como ISS e IPTU, em alguns casos. No entanto, de acordo com a presidente da Abih-MG, nenhuma demanda foi atendida.

Outra queixa de Patrícia Coutinho está ligada à política de atração de eventos para Belo Horizonte. Segundo ela, isso é pouco explorada. A presidente da Abih-MG reclama que o Expominas e o Minascentro são pouco aproveitados para o turismo de negócios na Capital.

Olimpíadas

Nem mesmo os dez jogos de futebol que o Estádio Mineirão receberá durante as Olimpíadas 2016 serviram para dar um “oxigênio” extra ao setor hoteleiro.

“Até o momento, não houve um aumento significativo nas ocupações dos hotéis. A gente espera que os confrontos das fases finais, assim que estiverem definidos os países, o número de turistas aumente.”, comenta Patrícia.

Patrimônio Mundial

O título de Patrimônio Cultural da Humanidade recebido pelo Conjunto Arquitetônico da Pampulha deu um certo alento à rede hoteleira. A expectativa da Abih-MG é de que haja um aumento de 30% no número de turistas a cada ano em BH.