Durante o mês de abril, São Paulo, recebeu pela primeira vez no País o evento SingularityU Brasil, uma comunidade de aprendizagem global que reúne indivíduos e organizações e as capacita com a mentalidade, o ferramental tecnológico e sua rede para criar soluções inéditas a fim de resolver os desafios mais importantes da humanidade.
Este evento foi destinado para líderes, governantes, empresários e empreendedores que desejassem ampliar seus conhecimentos em prol de um ambiente socioeconômico saudável e sustentável.
A edição brasileira contou com a presença de renomados especialistas em suas áreas de atuação, como Divya Chander, médica e neurocientista; Yvonne Cagle, astronauta da Nasa; Susan Fonseca, fundadora da Singularity University; Ramez Naa, cientista da computação e futurista; entre outros nomes não menos relevantes.
Excelente conteúdo. E o melhor, o Brasil fazer parte deste circuito. Um grande avanço no caminho da inovação e tecnologia.
No entanto, o que temos acompanhado na prática, é um paradoxo ao se deparar ao momento da chegada da tomada de decisão pela liderança, quando da aplicabilidade de todo esse aprendizado disponível e acessível para os shopping centers.
Além dos custos de implantação, que demandam estudos diferenciados e inovadores de retorno de investimento, encontramos muita discussão polêmica em torno da ressignificação do varejo, do consumo consciente e do modelo de negócio, que exigem desconstrução do atual mindset.
Chegou o desafio inesperado. E com ele a mudança. E toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante esse processo, os questionamentos são inúmeros e as dúvidas atormentam, o futuro fica incerto, a insegurança e a resistência aparecem. Melhor ficar na zona de conforto. Mas a fonte da renovação chama-se mudança. Quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.
Isso não é tarefa simples, e, ao contrário do que se imagina, não se trata apenas de mudar práticas específicas de gestão ou realizar intervenções físicas. E aqui não me refiro ao discurso do “deixar o ambiente mais feliz”, mais parecido com o de startups, com puffs coloridos e paredes de vidro para atender à uma necessidade indicada pela última pesquisa de clima ou criar comitês de inovação.
Refiro-me à ação, a uma verdadeira transformação de cultura que deve começar pelos líderes. Eles geralmente resistem em mudar rotinas de processo, exatamente porque elas são o resultado de uma trajetória até então de sucessos.
Antes de mais nada, é necessário para uma boa liderança, transformar-se como ser humano, pois, para que uma reforma de grande impacto no ecossistema externo possa produzir resultados positivos, as pessoas precisam verdadeiramente se identificar com o respectivo propósito da empresa e com a sua própria essência. Não se constrói mais alianças com o antigo top down. Um bom começo para essa mudança é abandonar as ideias estáticas e desenvolver um mindset de movimento, de abertura ao aprendizado.
E, antes que a ideia de “eu sou assim mesmo e não tenho como mudar” lhe ocorra, pesquise um pouco mais com a psicológa Carol Dweck, professora da Universidade Stanford e autora do Livro Mindset Nova Psicologia do Sucesso – onde ela afirma que pode sim, ser ensinado por meio de treinamentos e workshops o desenvolvimento de novos talentos e treinamento de diferentes habilidades , se você tiver o mindset de crescimento, e Warren Bennis (1925-2014), o especialista norte-americano em liderança, que recomendava prestar mais atenção a Shakespeare e Dostoiévski do que aos manuais de gestão, acreditava ser possível melhorar sempre, e ensinava que era preciso compreender as pessoas tanto como indivíduos quanto como grupo.
Chegou a hora de valorizar o autoconhecimento. Invista em você!