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O retorno ao trivial

Boas Festas. Assim fui surpreendida ao final de minha reunião na última semana, quando repentinamente me dei conta que este ano nebuloso de 2018 efetivamente chegou ao fim.

Boas Festas. Assim fui surpreendida ao final de minha reunião na última semana, quando repentinamente me dei conta que este ano nebuloso de 2018 efetivamente chegou ao fim, e parece-me razoável olharmos para 2019 com esperança e otimismo para a retomada do crescimento econômico.

A velocidade insana com que comportamentos novos, informações, notícias, “ fake-news”, novas tecnologias chegam até o consumidor final, geram um paradoxo, onde os atos insanos surgem aqui e ali nos escandalizando por alguns dias, novos absurdos se sucedem em progressão geométrica, enquanto os fatos novos são como mariposas, nascem e morrem no mesmo dia.

E como ser original e se reinventar dentro deste cenário? O que ainda chamaria a atenção do nosso cliente entre tantas opções de lojas e shopping centers? Tudo indica que o retorno ao trivial, o reencontro com a natureza, com a verdade, com a simplicidade é que passará a ser o inusitado.

O foco é transformação de consciência. Sustentabilidade é mainstream. As pessoas ainda consomem. Ainda haverá marcas. Ainda haverá compras. Calma! O consumo consciente não evapora com as pessoas, como se todos nós parássemos de consumir amanhã.

A indústria está indo para o varejo. As marcas nativas digitalmente estão indo para o varejo, complementando o mix de shopping centers americanos de grupos tradicionais como Simon e Washington Prime Group em formato de lojas pop-ups e coletivos.

Quase todos os varejistas on-line americanos estão olhando para o varejo físico como uma maneira de atingir novos compradores –  e reduzir seus custos de aquisição de clientes.

A Warby Parker pretende ter 100 lojas até o final deste ano, e, em declarações públicas, disse que agora mais de 50% de suas vendas são advindas de suas lojas, em oposição ao seu negócio na web.

Surpreendente mesmo, quando me deparo ao longo das minhas pesquisas, quando o mundo ouve mais música em plataforma de streaming do que no meio físico, com a informação de que a produção de LPs não para de crescer: existem 65 fábricas de vinil espalhadas pelo mundo.

E mais, com distribuição em redes de lojas físicas, com filiais em Berkeley, San Francisco e em plena Sunset Bouverlard, em Los Angeles. CDs, livros, revistas e filmes em DVD e VHS estão à venda, mas o que manda é o vinil, em discos novos e usados – amoeba.com.

Na cidade de Melbourne, na Austrália a waxmuseumrecords.com transformou-se em uma atração turística da cidade e até em Tóquio a filial da rede Disk Union se espalha por cinco andares de um prédio.

É um dos maiores fenômenos de nicho da atualidade, motivado pelo prazer não apenas de ouvir a música, mas de sair de casa para garimpar os seus itens preferidos, tocá-los com as mãos, investigar as capas e até sentir o cheirinho de papel.

A insaciedade do consumo pelo consumo, que funcionava para se preencher um vazio existencial está sendo substituída pelo propósito de vida, que já transitou por algo grandioso, no entanto, hoje, a grande oportunidade para o varejo e para os shopping centers é encontrar o sublime no essencial, fazendo com que o ato de comprar um item supérfluo, com desejo, seja apenas consequência agradável de atitudes cotidianas que te resgatem o prazer com certas trivialidades.

Experiências da vida real humanizam a marca, criando confiança e legitimidade com os clientes. Como a geração do milênio tem experiências com a mais alta consideração, é fundamental criar uma experiência de marca imersiva.

Uma loja cria uma oportunidade para os clientes interagirem com seu produto e marca de uma maneira que não é possível on-line. Vamos então colocar a criatividade em ação para a Era do live marketing.

Que venha 2019! Gratidão a 2018.