A Globo anunciou na quinta-feira (1º), que fechou um acordo para vender a gravadora e desenvolvedora de talentos musicais Som Livre para a Sony Music Entertainment.
A Som Livre foi fundada em 1969 com o objetivo inicial de lançar as trilhas dos programas da Globo. Durante cinco décadas a empresa cresceu, virou uma das mais importantes da música brasileira e ajudou a revelar e construir carreiras de artistas como Djavan, Rita Lee e Novos Baianos.
Jorge Nóbrega, presidente-executivo da Globo, explicou que a decisão de venda faz parte de uma “Análise detalhada do valor estratégico dos seus ativos, com foco nos negócios que mais atendem à sua estratégia principal.”
Atualmente, a Som Livre tem um elenco de cerca de 80 artistas, que inclui Marília Mendonça, Jorge & Mateus, Wesley Safadão, Lexa, Israel e Rodolffo, Dudu MC, Filipe Ret e Grupo Menos é Mais. A empresa também atua em edição musical, música ao vivo e distribuição digital.
O-mercado fonográfico brasileiro cresceu de maneira consistente nos últimos anos e teve uma alta em 2020, que não acontecia desde o auge dos CDs .
O crescimento de 24,5% foi destaque no último relatório anual da Federação Internacional da Indústria Fonográfica.
Neste mercado que chama a atenção do mundo, a Som Livre é um destaque. Só com conteúdo nacional, ela é terceira maior gravadora do Brasil hoje, atrás das multinacionais Sony e Universal e à frente da Warner Music.
A Sony Music Entertainment é uma empresa dos EUA que pertence ao conglomerado japonês Sony.
Segundo a empresa americana, “A Som Livre se tornará um centro criativo independente dentro da Sony Music que continuará a contratar, desenvolver e promover seu próprio elenco de talentos.” Marcelo Soares continuará como CEO da Som Livre.
A conclusão da aquisição está sujeita às condições regulatórias e de fechamento que incluem a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
‘Negócio sólido e rentável’
A Globo já havia anunciado em novembro que tinha iniciado estudos para a venda da Som Livre.
“A Som Livre é um negócio extremamente sólido e rentável. Há dez anos, fez uma grande e bem-sucedida mudança em seu modelo de negócios, migrando seus investimentos para a gestão de talentos, e transformou sua marca numa grande potência do seu segmento, com atuação em várias plataformas.”, disse Jorge Nóbrega no comunicado em novembro.
Jorge Nóbrega explicou em novembro que a Globo vem fazendo uma análise detalhada do valor estratégico de seus ativos, com foco nos negócios que mais atendem à sua estratégia principal.
O executivo ressaltou que a venda não significa que a música deixa de ser relevante no portfólio da empresa. Ele destacou a cobertura de festivais como Rock in Rio e o Lollapalooza, canais por assinatura, como BIS e Multishow, e programas como os da família The Voice, TVZ, Música Boa ao Vivo e outros.
Jorge Nóbrega disse em comunicado na quinta-feira: “Estamos muito felizes em ter encontrado na Sony uma nova casa para a Som Livre, um negócio que foi construído dentro da Globo e que sempre foi muito querido por todos nós. A Som Livre produziu e lançou músicas com a Globo por mais de meio século, foi um importante capítulo na história da Globo. Nós queríamos assegurar que esse acordo preservasse tudo que a Som Livre representa para os brasileiros. Desde o início das conversas percebemos um alto nível de profissionalismo, interesse e respeito vindos da Sony Music, que fizeram dela a combinação perfeita para a Som Livre. Desejo à Som Livre e à Sony muitos mais anos de sucesso.”