Experiência de Marca

Sua marca está pronta para as Paralimpíadas?

Faltando pouco mais de um ano para a realização do evento no Rio de Janeiro, as competições irão acontecer de 7 a 18 de setembro, logo após os Jogos Olímpicos, muito pouco foi feito em termos de ativação para as Paralimpíadas.

Na semana passada, Promoview apresentou o post “A igualdade desigual”, no qual fez um pequeno panorama do quanto o preconceito contra o público LGBTS é acentuado em nosso País, e a insegurança das marcas de investirem mais nesse segmento (Veja matéria completa aqui).

Hoje, o que se mostra, é que dentro dessa igualdade desigual temos os atletas paralímpicos brasileiros, que também estão à mercê da sociedade como um todo, e, pior, são verdadeiros heróis que competem apenas por amor ao esporte, e não são valorizados.

No último Parapan, realizado entre os dias 7 e 15 de agosto, em Toronto, no Canadá, a delegação brasileira fechou a competição com 34,3% das medalhas de Ouro e ultrapassou o México, que detinha a melhor marca, conquistada na primeira edição dos Jogos, em 1999.

Foto: Washington Alves/Mpix/CPB.
O nadador Daniel Dias foi o maior destaque brasileiro em Toronto, com oito medalhas de ouro
O nadador Daniel Dias foi o maior destaque brasileiro em Toronto, com oito medalhas de Ouro.

Em 2015, a delegação brasileira conseguiu superar sua melhor marca em quantidade de medalhas de Ouro, que era de 92, conseguida em 1999, quando a sede foi a Cidade do México. Porém, naquele Parapan foram disputados 363 Ouros, número bem maior do que os 317 deste ano.

“Uma campanha histórica que nos deixa satisfeitos. Voltamos com a sensação de dever plenamente cumprido. E conquistamos a terceira das quatro metas que estabelecemos lá atrás. Vencemos em Guadalajara, vencemos em Toronto, ficamos em sétimo na Paralimpíada de Londres. Só falta uma, que é o quinto lugar no Rio [em 2016].”, afirmou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons.

Realmente um grande feito. Mas quantas pessoas tiveram acesso às competições pela TV aberta?. O mesmo em relação às redes sociais, não houve nenhuma divulgação que merecesse um trend tropic. Quantos atletas paralímpicos fazem campanhas publicitárias?

Mas, por que isso acontece? Isso é fruto de uma cultura em que só se mostra o que dá Ibope, o que dá retorno financeiro, o que gera mídia espontânea. E aí, mais uma vez caímos na igualdade desigual.

Foto: Marcelo Regua/Mpix/CPB.
Futebol de 7 conquistou o Ouro ao derrotar a Argentina.
Futebol de 7 conquistou o Ouro ao derrotar a Argentina.

Se todos gostam de gritar em alto e bom tom que não existe preconceito, que ninguém é melhor do que ninguém, que o mundo é aberto para todas as manifestações de credo, cor, raça e religião, tendo os seus direitos respeitados acima de qualquer coisa, por que não mostramos a força e a raça desses atletas de uma forma mais ampla?

Paralimpíadas Rio 16

Faltando pouco mais de um ano para a realização do evento no Rio de Janeiro, as competições irão acontecer de 7 a 18 de setembro, logo após os Jogos Olímpicos, muito pouco foi feito em termos de ativação para as Paralimpíadas.

As competições acontecerão em 20 locais, distribuídas em quatro regiões do Rio: Barra, Copacabana, Deodoro e Maracanã. Segundo os organizadores, as áreas foram escolhidas por já abrigaram as instalações dos jogos Pan-americanos e Parapan-americanos de 2007, dos Jogos Mundiais Militares de 2011 e da Copa do Mundo de futebol de 14.

Foto: Fernando Maia/Mpix/CPB.
O Brasil terminou o Parapan invicto no goalball.
O Brasil terminou o Parapan invicto no goalball.

A expectativa é receber 4.370 atletas paralímpicos de 176 países, que contam com a eficiência do transporte público e do bom funcionamento e acessibilidade dos estádios.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) tem como missão “exercer a representação legítima do desporto paralímpico brasileiro; organizar a participação do Brasil em competições continentais, em mundiais e em Jogos Paralímpicos; promover o desenvolvimento dos diversos esportes paralímpicos no Brasil, em articulação com as respectivas organizações nacionais; promover a universalização do acesso das pessoas com deficiência à prática esportiva em seus diversos níveis”, e está a todo vapor.

Com esses números, é possível vislumbrar um cenário perfeito para ativação de marca. Não para mostrar que ela é ‘boazinha’, mas sim, porque ela realmente enxerga nesses atletas um público consumidor, dedicado, que supera os seus limites.

Até o momento, o que se tem visto são ações promocionais relacionadas às Olimpíadas. As marcas já estão investindo, com sorteio de ingressos, entre outras. Mas, e para as Paralimpíadas? Nada será feito?

Está na hora de todos saírem do armário. Das agências especializadas mostrarem para os seus clientes que eles têm um cenário perfeito para mostrar que realmente eles veem todos como iguais e das marcas fazerem isso porque todos são iguais.