A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), órgão vinculado ao Ministério da Justiça intimou a empresa Time for Fun a responder quem determinou a proibição de acesso à água durante o show de Taylor Swift no Rio de Janeiro na última sexta feira. Sobre a morte de Ana Clara Benevides, a Senacon está questionando a empresa sobre qual era o quadro técnico médico presente no show e quais foram os procedimentos adotados para o atendimento da jovem assim que ela se sentiu mal.
Em nota T4F lamentou a morte de Ana Clara.
“É com muita tristeza que informamos o falecimento de Ana Clara Benevides Machado, 23 anos. Na noite de ontem, Ana Clara se sentiu mal e foi prontamente atendida pela equipe de brigadistas e paramédicos, sendo encaminhada ao posto médico do Estádio Nilton Santos para o protocolo de primeiros socorros. Diante do quadro, a equipe médica optou pela transferência ao Hospital Salgado Filho, onde, após quase uma hora de atendimento emergencial, infelizmente veio a óbito”, disse a empresa.
No comunicado sobre o adiamento do show de sábado para a 2a. feira (20/11) , a T4F afirma que o bloqueio à entrada de água foi uma exigência feita por órgãos públicos e que será liberada atendendo a portaria federal.
A jovem Ana Clara Benevides passou mal e desmaiou dentro do estádio, pouco depois do início do show da cantora Taylor Swift na última sexta-feira (17) e imediatamente foi atndida e levada ao centro de atendimento montado pela organização dentro do estádio.
Uma das hipóteses levantadas é que o mal-estar da jovem possa ter relação com a forte onda de calor que castiga o Sudeste do Brasil e já levou a sensação térmica no Rio de Janeiro a uma máxima de 59 graus, segundo a Prefeitura da capital.
Durante o show de estreia na sexta feira (17), outras pessoas passaram mal, e a própria Taylor Swift chegou a parar a apresentação para pedir que a produção levasse água para os fãs que estavam com mal-estar. A artista publicou nota nas suas redes sociais lamentando a morte de Ana Clara e disse estar “com o coração partido”.
A tragédia levantou o debate sobre o acesso do público a água durante os shows. A entrada com garrafas era, até então, proibida, e há relatos de que a água era escassa dentro do Engenhão na noite de ontem.
Uma petição chamada “Lei Ana Benevides: Agua gratuita em Eventos” tinha 300 mil assinaturas no site change.org no final da noite deste domingo.
“A apuração criminal relacionada à morte da jovem de 23 anos será acompanhada por meio de uma das Promotorias de Justiça de Investigação Penal, a partir do registro de ocorrência lavrado junto à delegacia de polícia da área. Já há informação de que o corpo está sendo periciado”, disse a nota do Ministério Público do Rio.
A artista ainda fará mais três shows em São Paulo nos dias 24, 25 e 26 de novembro.
Ministério da Justiça determina liberação de garrafas d’água em espetáculos
A morte de Ana Clara levou o Ministério da Justiça a editar uma Portaria, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), permitindo a entrada de garrafas d’água de uso pessoal, em material adequado, em espetáculos.
Segundo publicação do ministro Flávio Dino no X, antigo Twitter, empresas produtoras de espetáculos com alta exposição ao calor também ficarão obrigadas a disponibilizar água potável gratuita em “ilhas de hidratação” de fácil acesso.
A medida já foi utilizada pelos organizadores do The Town realizado em setembro deste ano. Nos primeiros dias do evento chegou a faltar água nos postos de hidratação mas o problema foi resolvido e o fornecimento se manteve até o fim do festival.