Reflexão justificável de Veri Antonelli, produtora de Campinas, me traz de volta ao texto para falar do personagem mais importante de um evento: o produtor.
Depois do Produtores Promoview, primeiro prêmio exclusivamente para produtores, criado por Julio Feijó, Ariane Feijó e eu, aqui no Promoview, na busca insana de mostrar quem são os produtores, o que fazem e dar-lhes visibilidade e reconhecimento, quase nada mudou.
Antes do Produtores Promoview, nenhuma premiação tinha, ou quis tê-lo – porque antes de fazermos sozinhos propomos a alguns prêmios a categoria –, argumentando que premiar um case ou agência já era premiar um produtor. E eu argumentei que se era assim, não precisava premiar planner, criativo, atendimento…
Nada disso.
Desde aquela época, o produtor era tido como o carregador de piano. Alguém “trocável”, sem talento. Enganaram-se longe.
Aí, meu texto: “Sem o Produtor a ideia é nada”, onde como planner criativo, assumi que a quase totalidade de meus prêmios como criativo eram devidos a grandes produtores com quem trabalhei e casei, deu uma mexida em gente.
Sim, casei, pois a Val Coelho, minha esposa, é produtora, das boas. E, por isso, é uma tremenda profissional em tudo que faz.
Mas, voltando à Veri. Ela colocava o desrespeito remunerativo com o produtor e aqui coloco um fragmento de seu belo texto:
“…Que susto que estou tomando a cada vaga que abre na área de eventos (para produtores). Em menos de 7 dias, me deu desespero! Sério! Gente, o que está acontecendo? Só pode ser brincadeira ou querem acabar com a profissão de produtor de eventos? É isso? Será que, quem define esses valores tem noção do que faz um produtor na real? Já vi de 1.100,00 até 3.000,00 bruto por mês! Pacotes surreais! Exigindo inglês e espanhol fluentes. O QUE ESTÁ ACONTECENDO???”
Muitas respostas justas surgiram, e eu resolvi ajudar chamando a atenção para duas coisas. Respondi:
O que está acontecendo é que os clientes exploram agências, que exploram fornecedores, que exploram gente, isso para baixar valores a fim de ganhar???? O Job…
Ou seja, a escrotidão do cliente que quer ganhar dinheiro da agência atinge o profissional de produção, na verdade, toda a agência.
Mais, tem cliente que se acha produtor porque faz festa em casa, tolinho. E, a partir de sua tosca experiência, não valoriza produção
Continuei;
Quando é um freela, é pior, pois vem um outro “produtor” (será?) e ferra o coleguinha, cobrando menos, porque pensa: preciso trabalhar.
As duas práticas práticas, antiéticas, não se justificam. A primeira mina e mata a “galinha dos ovos de ouro” a agência; a segunda, deixa a impressão de que o produtor pode ganhar pouco, pois é facilmente substituído.
Ou seja, é daí pra baixo.
Produtores como a Veri, Val, Gui e muitos outros, a maioria, diria, qualificados, preparados, múltiplos, cultos e geniais, perdem espaço para gente desqualificada e a remuneração despenca.
Mas quem perde, de fato, é o cliente e o mercado.
Insisto:
Sem o produtor a ideia é nada!
E vou mais longe.
Como o barato sai caro:
“Com produtor meia boca o evento é uma bomba… prestes a explodir.’
Saia de perto dessa gente!