SXSW, NBA, Hollywood… a lista de eventos públicos cancelados por conta do Coronavírus é grande e continua crescendo ao redor do globo, conforme a pandemia se alastra e novos casos são detectados pelas organizações de saúde.
Com a doença espalhando-se a passos largos, a grande questão das administrações públicas não é como prevenir o contágio, mas de como retardar sua disseminação em seus territórios.
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A medida mais vital neste momento é a restrição de aglomerações públicas, que apesar de soar inocente tem grande impacto na dinâmica social das grandes cidades.
Bom-exemplo disso é Nova York, cuja decisão da prefeitura em proibir reuniões de mais de 500 pessoas na região levou por consequência ao fechamento de um de seus principais pontos turísticos: a Broadway.
Em virtude do pacote de ações emitido pelo prefeito da cidade Andrew Cuomo na quinta-feira (12), que prevê entre outros a proibição de aglomerações de até 500 pessoas, a Broadway League – que administra todo o negócio teatral – confirmou que todos os teatros do distrito teatral encerraram suas atividades.
Com previsão de retorno por enquanto no dia 13 de abril, o fechamento representa um prejuízo gigantesco à indústria, com a Variety reportando que os 31 musicais atualmente em cartaz devem deixar de ganhar até 100 milhões de dólares nas próximas semanas.
Isso vale para peças que estavam para estrear no circuito nas próximas semanas, incluindo produções badaladas como “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”, “Sing Street”, “The Minutes” e “Hangmen” que já eram vistas por especialistas como nomes fortes na corrida pelo Tony Awards – que ainda ninguém sabe se será afetado pela pandemia, dado que sua cerimônia está marcada para o dia 7 de junho.
A preocupação acima de tudo está no perfil do público que frequenta as peças da região. Além de encher estabelecimentos e servir como um dos principais pontos turísticos de Nova York, a Broadway mantém desde sempre um público mais velho, que por acaso é uma das faixas de idade mais vulneráveis à atuação do Covid-19.
A liga inclusive já havia estabelecido previamente uma série de medidas de prevenção à disseminação do vírus em seus estabelecimentos, incluindo limpezas adicionais, acesso reduzido aos bastidores e a recomendação de encerrar a interação entre atores e públicos nas portas dos fundos dos teatros.
“Nossa prioridade máxima sempre foi e sempre será a saúde e o bem-estar dos amantes da Broadway e das milhares de pessoas que trabalham na indústria teatral diariamente, incluindo atores, músicos, ajudantes de palco, porteiros e outros tantos profissionais dedicados.” escreve a presidente da Broadway League, Charlotte St. Martin, no comunicado oficial do fechamento, onde também cita que a região continuará comprometida a manter o “Espírito vital” das peças depois do fim da crise.